O Palmeiras entrou em campo neste domingo para enfrentar o Atlético-MG com o cenário perfeito para coroar a boa campanha na temporada com a classificação para a Libertadores da América: casa cheia, torcedor entusiasmado e, pela frente, um adversário sem maiores aspirações. O que o Verdão não contava, no entanto, era com o retorno do temido “fantasma” do Palestra.
Famoso por assombrar a equipe em momentos decisivos, como na final da Mercosul 2000 diante do Vasco e na semifinal da Libertadores contra o Boca Juniors em 2001, o sobrenatural aprontou novamente neste domingo e parou o Palmeiras, irreconhecível no segundo tempo. Apático, o time não soube reagir ao segundo gol do Galo e se entregou, levando o terceiro e se despedindo do Brasileiro sem a vaga na América, que ficou com o Cruzeiro.
O jogo: Marcando forte no meio-campo, às vezes com certo exagero, e abusando de toques de efeito na linha de frente com Danilinho e Gerson, o Atlético-MG começou o jogo disposto a provar que buscaria a vitória, independentemente do resultado ajudar o Cruzeiro a se classificar para a Libertadores de 2008. Até os dez minutos, as melhores chances foram do Galo, primeiro em chute de Éder Luiz e depois em bonita jogada de Gerson, que perdeu a dividida com Cavalieri e pediu pênalti.
O Palmeiras, talvez avisado dos gols do Cruzeiro contra o América-RN, que o deixariam de fora da Libertadores, acordou e equilibrou as ações. Rodrigão, livre, desperdiçou em cabeçada, mas foi Deyvid Sacconi quem levou a torcida à loucura com a chance perdida momentos depois. Juninho saiu jogando errado e deu nos pés de Rodrigão, que serviu Edmundo. Rápido, o Animal cruzou na área e Sacconi, sozinho, furou na hora de empurrar para dentro.
Ainda melhor na partida, o Atlético-MG aproveitou falha de posicionamento da defesa verde para abrir o placar aos 32 minutos, em chute forte de Éder Luis. Não deu nem para comemorar. Na saída de bola, Rodrigão disputou a bola com Marcos e o árbitro deu pênalti, para desespero do técnico Leão. Na cobrança, Edmundo, com categoria, deixou tudo igual: 1 a 1, para alegria geral do Palestra, inclusive dos atleticanos.
A volta do “fantasma”: Atendendo aos gritos da torcida, o técnico Caio Júnior mudou o Palmeiras para a etapa final e voltou a campo com o artilheiro Caio no lugar de Luiz Henrique. Martinez, outro preterido em nome da velocidade atleticana, também retornou dos vestiários e foi para o jogo substituindo Paulo Sérgio.
A alteração deu certo apenas no início. Com menos de um minuto, graças a uma besteira de Renan ao tentar virar o jogo e deu nos pés de Deyvid Sacconi, o Palmeiras teve a chance de virar o jogo em cobrança de falta de Caio, mas a infração foi bem defendida pelo goleiro Juninho. Mais perto ainda chegou Rodrigão, em cabeçada defendida milagrosamente por Juninho, que espalmou de encontro à trave e salvou novamente no rebote, deixando o grito de gol preso na garganta dos torcedores.
Depois desse lance, só deu Atlético. Acuado nos 15 primeiros minutos, o Galo, em sua primeira estocada, foi fatal. Gerson e Marinho fizeram boa tabela e o goleiro Diego Cavalieri ainda salvou na primeira conclusão, mas nada pôde fazer na segunda tentativa de Marinho, que apareceu livre e colocou os mineiros novamente na frente do placar, apesar das reclamações de impedimento por parte dos palmeirenses.
Em desvantagem, o Verdão partiu para a pressão, mas pecou pela desorganização e, aos 33 minutos, sofreu o golpe fatal: Thiago Feltri acertou bom cruzamento da esquerda e Eduardo, que acabara de entrar, subiu livre, no meio da zaga, cabeceando no canto esquerdo de Diego Cavalieri e colocando 3 a 1 no placar. Fim melancólico para quem dependia apenas de suas forças e, mais uma vez, sucumbiu perante o “fantasma” do Palestra.