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Palmeiras mostra raça e vence na Libertadores

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O Palmeiras saiu de Mirassol após perder por 6 a 2 há seis dias dizendo que aquela humilhação seria um “divisor de águas”. E o time mostrou ser possível o que prometeu. Nesta terça-feira, o Pacaembu se encheu de verde e branco e a equipe, em sintonia com as arquibancadas, superou 11 desfalques para vencer o Tigre por 2 a 0 e entrar na zona de classificação no grupo 2 da Libertadores.

Um time inteiro do elenco não pôde atuar nesta noite, e, aos quatro minutos, Patrick Vieira ainda saiu machucado. Mas nada conseguiu conter os escolhidos por Gilson Kleina, que dominaram um adversário que só sabia bater e balançaram as redes com Caio, aos 18 minutos do primeiro tempo, e Charles, aos sete da etapa final.

A confiança era tanta que a equipe, cheia de jovens, não caiu na catimba do Tigre, que passou a cometer faltas violentas e colecionar cartões, pouco ameaçando Fernando Prass. Um cenário que fazia os torcedores abrirem sorrisos e se abraçarem, celebrando a ressurreição de um gigante, a ponto de gritarem “olé” e até chamarem o adversário de “timinho”.

Agora o Verdão soma seis pontos em quatro partidas, superando o Sporting Cristal, que tem cinco, e ficando a dois do Libertad, que soma oito – o Tigre permanece na última posição do grupo 2 da Libertadores, estacionado nos três pontos.

Se antes do jogo o Verdão corria sério risco de eliminação, pode até se classificar com uma rodada de antecedência no dia 11, caso ganhe do Libertad, no Pacaembu, e o Tigre derrotar o Sporting Cristal, na Argentina, na próxima terça-feira. Antes, o Palmeiras visita a Ponte Preta em Campinas, às 18h30 de domingo, pelo Campeonato Paulista.

O jogo – Pouco antes do apito inicial, Gilson Kleina completou um time inteiro de desfalques. Com lesão na coxa direita, Wesley se juntou aos também machucados Henrique, Leandro Amaro, Valdivia, Maikon Leite e Kleber, o suspenso Vilson, expulso na derrota para o Tigre, na Argentina, e André Luiz, Rondinelly, Léo Gago e Leandro, que não estão inscritos na Libertadores.

Sem 11 atletas, Kleina preferiu não apostar nos jovens zagueiros Marcos Vinicius e Luiz Gustavo, apostando no volante canhoto Marcelo Oliveira na defesa ao lado de Mauricio Ramos. Precisando dos três pontos, escalou os ofensivos Ayrton e Juninho nas laterais, dando a Márcio Araújo e Charles a função de marcar no meio-campo e formando uma linha ofensiva com Patrick Vieira, Souza e Ronny para atacar com Caio como referência.

A formação gerou tensão em seu primeiro lance: aos dois minutos, o Tigre, que só sabe atacar na bola aérea, alçou na área e Orbán subiu sozinho para cabecear para fora. Nos lances seguintes, o Verdão mostrou sua força em testada de Mauricio Ramos e arrancada de Patrick Vieira que levaram perigo.

Porém, até o que era positivo se tornava negativo, já que a velocidade de Patrick Vieira com um chutão o fez machucar a coxa direita e se tornar mais um dos lesionados do Palmeiras, sendo trocado com 15 minutos de partida pelo contestado atacante Vinícius. Parecia que o cenário não seria de festa.

Mas o Pacaembu cheio de palmeirenses estava marcado para alegria. A força vinda das arquibancadas se transformava em uma raça contagiante em campo. O Tigre não via a bola nem conseguia prendê-la. Assim, sua defesa foi desarmada duas vezes, aos 18 minutos, até que Vinicius chutou para Caio desviar na pequena área. O grito entalado de ressurreição, enfim, saiu das gargantas palmeirenses.

A torcida se inflamou, e o time também. Mas com uma diferença: a vontade não significava um avanço desordenado na frente, como muitas vezes se viu com Kleina. Organizado, o Verdão contou com a disposição de seus homens de frente para preencher espaços e não deixar o adversário do meio-campo. O Verdão não perdia quase nenhuma dividida. Até Vinícius, frequentemente criticado, arrancava elogios dos espectadores.

Já no fim do primeiro tempo, o Tigre passou a usar sua outra arma: a violência. Com pisões, o pé mais alto nas divididas e chutes sem bola principalmente nos defensores adversários, os argentinos tentavam causar alguma expulsão. Mas o foco palmeirense estava no jogo.

E foi isso que a equipe mostrou, sabendo trocar passes, abrindo pelas laterais sem fazer a bola rodar de pé em pé também pelo meio-campo. Em uma jogada desse tipo, ignorando qualquer teoria de que entrosamento e ritmo de jogo são fundamentais, a bola passou de Ronny a Charles para o volante concluir nas redes, aos sete minutos do segundo tempo.

Com a vitória por 2 a 0, o Tigre passou a não se segurar mais, usando violência quase sempre que a bola estava com o Palmeiras. Mas a irritação dos donos da casa se limitava ao médico Rubens Sampaio, que até invadiu o campo para defender seus atletas. Mas eles mostravam que sabiam bem o que estavam fazendo.

O Tigre só atacou quando o Palmeiras cansou, exigindo algumas defesas de Fernando Prass. Mas sem encontrar a defesa aberta como a torcida palmeirense se acostumou a ver nos últimos tempos. Independentemente de improvisações e juventude, os escolhidos de Kleina, diante de um adversário sem qualidade, soube mostrar superioridade se posicionando em campo à espera do apito final que concluiria uma atuação, enfim, convincente nesta temporada.

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