Palmeiras resolveu fazer uma mudança radical em pleno processo eleitoral para a escolha de seu novo presidente e anunciou oficialmente na manhã deste sábado que Jair Picerni não é mais o seu técnico, função que passará a ser desempenhada por Caio Júnior, responsável por ter levado o Paraná para a Libertadores de 2007.
Revelação do Paraná, Caio Júnior, de 41 anos, ganha grande chance no Palmeiras
Convidado no início da semana pela ala de Gilberto Cipullo, virtual substituto do ex-diretor de futebol Salvador Hugo Palaia, Caio Júnior, de 41 anos, já havia aceitado a proposta mas esperava uma manifestação do seu novo clube, que em meio a um tumultuado ambiente eleitoral ainda não havia concluído se este era o melhor momento para se trocar o técnico.
Na manhã deste sábado, porém, a assessoria de imprensa do Palmeiras informou que Jair Picerni já foi comunicado que não trabalha mais no clube e que Caio Júnior vai assinar contrato para dirigir a equipe por 12 meses e tem sua data de apresentação para 3 de janeiro.
Tentando se manter oculto em Curitiba, Caio Júnior só aguardava a comunicação oficial do Palmeiras para se sentir livre para avisar ao Paraná sobre seu desligamento, informação que o presidente do Paraná, José Carlos de Miranda, já esperava que fosse acontecer ainda neste sábado.
Oficialmente, porém, Caio Júnior ainda não assinou a rescisão de contrato com o Paraná, com quem o técnico tem contrato até abril. Para terça-feira, uma entrevista coletiva está marcada na sede do clube, na Vila Capanema, para o anúncio oficial de sua saída. O Paraná, entretanto, já trabalha com a possibilidade de contratar Gilson Kleina como substituto de Caio Júnior.
A decisão surpreendeu grande parte dos conselheiros do Palmeiras, que mesmo sabendo da tendência de Cipullo e seu grande aliado Seraphim Del Grande de trocarem de técnico, imaginavam que o novo diretor iria atuar de forma mais cautelosa, esperando ser oficialmente confirmado no cargo para se reunir com a comissão técnica para definir detalhes da próxima temporada para só depois estudar uma eventual troca de comando.
A atuação de Cipullo ganhou força na noite de sexta-feira, quando a assembléia do clube marcou uma vitória política do atual presidente, Afonso Della Mônica, que foi interpelado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Mustafá Contursi, sobre a decisão pessoal de anunciar a eleição para o dia 22 de janeiro e com utilização de urnas eletrônicas.
As discussões sobre os detalhes da eleição viraram mais um motivo para Della Mônica e Mustafá travarem um ‘braço-de-ferro’ em busca de maior poder. Mas com 105 votos contra 63 da oposição, o presidente que luta pela reeleição se fortaleceu e deu um impulso para as ações de Gilberto Cipullo e Seraphim del Grande, que eram de oposição e se aliaram a atual gestão depois que ganharam a certeza que Palaia deixaria a diretoria de futebol.
Com o anúncio da chegada de Caio Júnior, situação e oposição agora vislumbram uma trégua para não deixar que a briga política respingue no planejamento da equipe. Uma trajetória relâmpago do novo técnico, que poderia ser demitido no caso de Roberto Frizzo superar Della Mônica e levar os opositores ao comando do clube, é descartada. Pelo menos por enquanto.