A final do Campeonato Paulista 2018 deste ano não terá novos capítulos. Após ter o pedido de impugnação da decisão do torneio estadual vencido pelo Corinthians negado, o Palmeiras diz que a “missão está cumprida” e não dará prosseguimento em sua luta jurídica para anular a partida.
Os recursos na esfera esportiva brasileira foram esgotados e o clube poderia apenas levar o caso para a Corte Arbitral do Esporte, na Suíça. No entanto, mesmo com os auditores do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) alegando que o clube não tem provas suficientes de interferência externa na final, o clube entende o contrário para justificar sua decisão.
“A Sociedade Esportiva Palmeiras entende que deu sua contribuição ao demonstrar, de maneira inequívoca, a interferência externa na atuação da arbitragem na final do Campeonato Paulista deste ano. Após um processo de investigação extremamente minucioso, o Palmeiras comprovou que houve comunicação não permitida pelo regulamento com os árbitros”, diz parte da nota (confira tudo abaixo).
No último dia 8 de abril, com um triunfo nos pênaltis por 4 a 3 após ganhar por 1 a 0 no tempo normal, o Corinthians conquistou o título estadual. Insatisfeito com a arbitragem de Marcelo Aparecido, que marcou pênalti de Ralf sobre Dudu e voltou atrás depois de oito minutos, o Palmeiras contesta a final por suposta interferência externa na arbitragem.
O clube presidido por Maurício Galiotte, a princípio, entrou no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-SP), mas o órgão considerou que a impugnação foi requerida fora do limite de dois dias após a publicação da súmula e não julgou o mérito. O clube, por sua vez, alega que o prazo ficou congelado com o pedido de instauração de inquérito.
Acionado pelo Palmeiras após o insucesso no TJD-SP, o STJD teve um entendimento diferente. O órgão considerou que o clube alviverde agiu dentro do prazo regulamentar e decidiu que a eventual interferência externa na final do Campeonato Paulista deve ser analisada.
A despeito da polêmica em torno da decisão estadual, os presidentes Maurício Galiotte e Andrés Sanchez mantêm um relacionamento cordial, a ponto de o dirigente do clube alvinegro ter marcado presença na recente festa pelos 104 anos do arquirrival. Com a Federação Paulista de Futebol, porém, o Verdão tem relações cortadas.
A Sociedade Esportiva Palmeiras entende que deu sua contribuição ao demonstrar, de maneira inequívoca, a interferência externa na atuação da arbitragem na final do Campeonato Paulista deste ano. Após um processo de investigação extremamente minucioso, o Palmeiras comprovou que houve comunicação não permitida pelo regulamento com os árbitros.
Infelizmente, os tribunais esportivos brasileiros não entendem que a série de fatos apresentados constitui prova suficiente para anulação de uma partida de futebol, o que lamentamos.
Porém, tudo o que foi demonstrado pelo Palmeiras foi referendado pela opinião pública e pela mídia especializada e, graças a essa movimentação do clube, algumas atitudes foram tomadas no sentido da evolução no futebol brasileiro.
A CBF, que não introduziu o uso do VAR no Campeonato Brasileiro porque não teve a votação suficiente dos clubes, determinou sua utilização a partir das quartas de final da Copa do Brasil. O Palmeiras foi o único clube do Estado de São Paulo que votou a favor do uso da tecnologia e seguiu fazendo gestões junto à CBF para que a ideia não fosse arquivada.
Até a FPF, após as evidências levantadas pelo Palmeiras, decidiu adiantar o uso do VAR, e o Campeonato Paulista de 2019 também terá a utilização desta tecnologia a partir das quartas de final, o que, esperamos, ajude a diminuir as questões duvidosas e traga legitimidade à tecnologia no auxílio à arbitragem.
Ainda há espaço para mais avanços. Por isso, o Palmeiras segue sugerindo a disponibilização das gravações das comunicações entre os árbitros e a reciclagem e renovação do comando do Departamento de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol.
A Sociedade Esportiva Palmeiras espera que esse caminho de evolução não tenha mais volta no futebol brasileiro. O clube seguirá, por sua vez, sempre batalhando e à frente de posturas que contribuam para o desenvolvimento do esporte nacional.
Para este caso específico, consideramos nossa missão cumprida e, por isso, não daremos sequência a novos recursos.
Sociedade Esportiva Palmeiras