Ao retomar ao estádio presidente Eurico Gaspar Dutra, o Dutrinha, aos seus cuidados, o presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), Carlos Orione, voltou a manifestar um velho desejo: vender toda a área onde está localizada a sede da entidade, incluindo o terreno do estádio.
Desde terça-feira, o Dutra voltou ao seu verdadeiro dono após um período de três anos arrendado à empresa Real Sport, que havia fechado acordo por dez anos, mas foi preciso rescindir o contrato por conta das obras que o governo do Estado irá tocar no local visando os quatro anos em que os times de Cuiabá ficarão sem estádio com a demolição do Verdão à Copa do Mundo de 2014.
Ao prever gastos com a volta do Dutrinha à federação nos próximos quatro anos até a construção da Arena Multiuso ao Mundial em Cuiabá, Carlos Orione já procurou o governo do Estado para negociar cerca dos 25 mil metros quadrados. O dirigente estipula que toda a área deva valer aproximadamente R$ 4 milhões.
Desse montante, o dirigente ressalta que usaria R$ 1,5 milhão para quitar dívidas ao INSS e Receita Federal. Outro restante seria destinado à contrução de uma nova sede à entidade.
"Estou aguardando uma resposta do governo do Estado. Hoje é inviável a federação cuidar do Dutrinha. Agora, por exemplo, vou ter que contratar de três a quatro pessoas para cuidar do local. Precisamos de um administrador, de uma pessoa responsável pelo gramado, outra para fazer manutenção nas partes elétrica e hidráulica. Vai onerar ainda mais a folha de pessoal", disse. "Como o governo está engajado na reforma do local para os jogos do Campeonato Mato-grossense, vejo uma grande oportunidade dele adquirir toda aquela área", complementou Orione.
Por sua vez, o governo do Estado não se empolga muito ainda com a proposta. O diretor de Infraestrutura da Agecopa, o ex-deputado estadual Carlos Brito, é cauteloso quanto se trata da compra do Dutrinha. De acordo com ele, no momento a preocupação é com os trabalhos a serem feitos no local para receber ainda nos próximos dois meses jogos válidos pelo Campeonato Estadual.
Por outro lado, Brito ressalta à intenção do Estado em revitalizar toda a área histórica do bairro do Porto, que engloba ainda o Sesc Arsenal e o Centro de Reabilitação Dom Aquino Corrêa.
"O governo têm a intenção de agregar valor naquela região do Porto, que está esquecida, abandonada, desvalorizada. O projeto é muito maior, não só o estádio Dutrinha. Queremos criar o Memorial Dom Aquino Corrêa. Deixar um grande legado à sociedade mato-grossense", frisou Brito.