O técnico Muricy Ramalho tentou evitar um tom mais forte na resposta ao presidente Carlos Miguel Aidar. Depois de ter sido avisado pelo mandatário que está devendo um título para esta temporada, o treinador tentou minimizar, dividindo a responsabilidade e avisando que não sente a pressão.
“No futebol, a coisa mais importante é o ambiente e a união. Quando cheguei aqui há um ano e meio, tudo era um desastre. Não havia comprometimento e o time era ruim. Foi muito difícil recuperar. Isso aqui hoje funciona como um relógio. Está muito organizado, com trabalho duro e todos muito comprometidos. Não adianta dividir que não é legal. Estou no futebol há 40 anos e estou acostumado com isso”, afirmou o comandante, à rádio Globo, para então completar.
“A responsabilidade não é só minha. É de todos no São Paulo. Sei da minha parcela de responsabilidade. O importante é ter a consciência de que você fez o melhor. Quando era mais jovem sentia um pouco, mas com experiência não sinto mais nada”, acrescentou.
O treinador já percebeu que terá um ano de cobranças, até porque a diretoria se esforçou para atender aos seus pedidos de reforços. O clube ainda tenta contratar o zagueiro Balanta, do River Plate, e o atacante Centurión, do Racing, que fechariam justamente as únicas posições que faltam na lista do técnico.
No início pré-temporada, o vice-presidente de futebol são-paulino, Ataíde Gil Guerreiro, já havia deixado claro que não aceitaria mais reclamação do técnico sobre o elenco. Desta vez, em entrevista à Jovem Pan, Aidar foi mais enfático com o treinador, que respondeu sem entrar muito em confronto.
“É coisa de cada um. É fácil dividir o sucesso. Mas não me incomoda, sei da minha responsabilidade e sou um cara determinado. O importante é ressaltar que hoje no São Paulo tudo está funcionando. Parte técnica, física e médica. É importante ter um lugar onde as pessoas se dedicam”, completou.