Muricy Ramalho não se empolgou em nenhum momento em seu retorno ao São Paulo, nem mesmo após as vitórias nos três primeiros jogos, porém agora começa a perceber que o desafio que aceitou no telefonema do presidente Juvenal Juvêncio é mais complicado do que pensava.
Na quarta-feira, após a derrota por 3 a 0 para o Santos (com dois gols sofridos no segundo tempo, quando o adversário atuava com um jogador a menos), a terceira consecutiva no Campeonato Brasileiro, o treinador acusou o golpe no vestiário visitante da Vila Belmiro.
Envergonhado, pediu desculpas aos torcedores pelo futebol de sua equipe. Mas prometeu reação. "É uma situação nova para mim, mas como aceito desafios, em um momento ruim também vou crescer, não vou me abater, não. Só espero que o torcedor não nos deixe agora, porque dá tempo para se recuperar, e a gente vai fazer isso", disse.
"Só aceitei voltar por causa da torcida, das pessoas. Então não posso e não vou desistir, não vou jogar a toalha nunca. Agora é a hora de o cara mostrar. Não vou abaixar a cabeça", reforçou o técnico, tricampeão brasileiro (2006, 2007 e 2008) em sua passagem anterior pelo Morumbi – momento bastante diferente do atual, ele lembra.
"Desta vez, não vim ganhar caneco. Vim tentar tirar o time da situação em que estava. Porque a situação era muito crítica. Se eu pensasse em ganhar alguma coisa, não estaria aqui, esperaria o fim do ano e pegava uma coisa nova. Mas acontece que não deu para dar as costas para o torcedor, para o clube", justifica.
A situação é menos crítica porque o São Paulo não voltou exatamente para a zona de rebaixamento. Para isso, o Vasco precisa vencer o Internacional, nesta quinta-feira. De qualquer forma, a falta de vitórias e a permanência entre os últimos colocados preocupa Muricy.
Ainda sem saber sua posição real na tabela, o elenco volta a trabalhar na tarde desta quinta-feira. Alvos de crítica dos torcedores presentes na Vila Belmiro, os jogadores iniciam a preparação para a partida de sábado, contra o Vitória, no Morumbi.