Mesmo contando com suporte financeiro da Associação Amantes do Futebol e Amigos do Mixto (Afam), o Mixto continua inviável financeiramente. Na condição de presidente interino do clube, após renúncia de João Amuí, o professor Hélio Machado, confirmou ontem que o clube tem uma dívida girando em torno de R$ 1 milhão.
Para Machado, que também é presidente do Conselho Deliberativo do clube, o montante não "chega a ser grande" diante da imensa torcida alvinegra espalhada Mato Grosso afora.
"Temos uma multidão de torcedores, muitos deles grandes empresários e políticos que podem ajudar o clube a sair dessa", disse o dirigente.
Por conta da dívida, parte dela oriunda de ações trabalhistas, o Alvinegro do Vargas não pode celebrar convênios e muito menos empréstimos bancários. Bens que poderiam hoje estar no nome do clube estão arrendados ou alugados como os casos do ônibus personalizado e o Centro de Treinamento arrendado a Afam junto ao ex-jogador Gaúcho.
Em recente entrevista A Gazeta, Éder Moraes, presidente da Afam, afirmou que as dívidas trabalhistas atrapalham o Mixto a possuir alguma coisa, já que há grande risco de ser tomado pela Justiça para pagar os centenas de credores.
Moraes revelou que a intenção da Afam era adquirir o CT, mas recuou da ideia ao tomar conhecimento de todos os problemas judiciais que poderiam acarretar na perda de algum bem de valor para pagamento de dívida.
De acordo com Hélio Machado, a saída é o clube angariar com urgência dinheiro para zerar todas as contas a pagar. "O Mixto precisa de sua independência financeira. O clube está endividado. Tudo que arrecadamos é para pagar dívida", disse.
Responsável em conduzir nova eleição, Machado defende a construção de um grupo forte para tentar atrair novos investidores. A ideia é colocar uma pessoa com bom trânsito entre as classes política e empresarial de Mato Grosso. Um dos motivos que levou João Amuí a renunciar ao cargo após dois meses de sua eleição foi a pouca visibilidade do ex-presidente junto a alguns segmentos da sociedade organizada.
Na próxima semana, o Conselho Deliberativo irá se reunir para abrir negociação em torno de um nome de consenso que pode ser indicado pelo grupo do deputado estadual José Riva (PP), presidente da Assembléia Legislativa e pela Afam sob comando do secretário estadual da Casa Civil, Éder Moraes e Vivaldo Lopes.
"Vamos consultar duas das maiores lideranças do Mixto para encontrarmos um nome para presidir o clube. O perfil tem que ser de um dirigente agregador, que traga empresários para investir no clube. Está na hora do Mixto ser independente financeiramente", afirmou Machado, ressaltando a necessidade de zerar todas as dívidas o quanto antes.
Para a escolha do novo presidente, o Mixto possui em sua totalidade 80 conselheiros. Desse total, apenas 32 são atuantes e em condições de participar da escolha do novo mandatário.
Clássico – Na condição de presidente interino, Hélio Machado começou a vender os ingressos para a partida deste domingo diante do Operário. A expectativa, mesmo com os dois times ainda devendo melhor futebol às respectivas torcidas, é de levar cerca de três mil torcedores ao estádio Dutrinha. A partida está marcada para as 18h.