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Lugano e Forlán frustram a torcida brasileira e deixam Uruguai vivo

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Dois Diegos bem conhecidos do público brasileiro garantiram a sobrevivência do Uruguai na Copa das Confederações, nesta quinta-feira. Mas os gols marcados pelo atacante Diego Forlán, do Internacional, e pelo zagueiro Diego Lugano, ídolo do São Paulo, não foram comemorados pelos baianos presentes na Arena Fonte Nova. A maioria deles torcia pela Nigéria, que descontou com John Obi Mikel na derrota por 2 a 1.

O resultado deixou o Uruguai (que estaria eliminado se tivesse perdido) em situação confortável para confirmar a sua classificação no grupo B da Copa das Confederações. Os campeões sul-americanos somam os mesmos 3 pontos da Nigéria, mas enfrentarão o humilde Taiti – que conta derrota antes da hora – no domingo, na Arena Pernambuco. Já os africanos terão jogo complicado contra a líder Espanha no mesmo dia, no Castelão.

O jogo – A torcida brasileira que foi à Fonte Nova logo adotou uma seleção para torcer: a Nigéria, que recebia gritos entusiasmados do público mesmo antes de subir no gramado. A empolgação era tamanha que abafava o coro dos uruguaios, também presentes no estádio parcialmente vazio. Só houve divergência entre os baianos quando alguns deles passaram a cantar pelo Bahia, rival do Vitória.

Tricolores e rubro-negros, no entanto, tinham uma cor em comum na Fonte Nova: o verde da Nigéria, mesma tonalidade das cadeiras da arena. Lá dentro, tudo era motivo para festa. Principalmente o gingado do nigeriano Ambrose na frente do atacante colorado Diego Forlán, alvo predileto dos insultos desferidos como gozação pelos torcedores brasileiros.

Forlán e seus companheiros, porém, eram bem mais perigosos do que os nigerianos no início da partida. A equipe verde precisou de pelo menos dez minutos para conseguir transpor o meio-campo com um pouco mais de objetividade. E só se tornou envolvente porque o astro John Obi Mikel buscava o jogo frequentemente no meio-campo e o goleiro Muslera estava desatento.

Aos 11 minutos, por exemplo, Ideye pegou firme na bola em cobrança de falta, e Muslera assustou os seus compatriotas ao deixar passar e defender em dois tempos. Pouco depois, ele ficou só olhando um cruzamento rasteiro da esquerda, como se não acreditasse na periculosidade do lance, e quase foi castigado com um complemento para o gol na segunda trave.

Foi então que Diego Lugano apareceu para tranquilizar Muslera. Não com as suas funções de zagueiro. O ex-jogador do São Paulo subiu ao ataque aos 18 minutos e, após bobeada da defesa africana em chute cruzado de Forlán, da esquerda, escorou para a rede. Estava aberto o marcador na Fonte Nova.

Como se quisesse provar que não havia sido abalada pelo gol, a Nigéria passou a fazer jogadas de efeito – dois chapéus no meio-campo em sequência – para reanimar os seus fãs brasileiros. Os torcedores se contentaram ainda mais aos 36 minutos, quando Obi Mikel (sempre ele) recebeu assistência de costas, no meio da defesa, clareou e bateu alto para empatar a partida. A comemoração eufórica foi na direção do público baiano.

Nos acréscimos do primeiro tempo, já depois de Babatunde substituir o machucado Oduamadi, a Nigéria quase virou o jogo. Obi Mikel fez o cruzamento para a área, Omeruo desviou, e a bola quase encobriu Muslera. O goleiro deu um tapa sutil para jogar para escanteio a última jogada de maior emoção da etapa inicial.

A Nigéria voltou do intervalo confiante com a sua melhora na partida. O time africano chegou a se abraçar em roda para se motivar antes de esboçar nova pressão para cima do Uruguai. A ousadia, contudo, surtiu o efeito contrário ao esperado. Aos cinco minutos, Suárez tirou proveito dos espaços para avançar em contra-ataque e passar para Cavani, que acionou Forlán à esquerda. O colorado concluiu com categoria para vencer o goleiro Enyeama e silenciar os seus desafetos na Fonte Nova.

O fato de os campeões sul-americanos estarem novamente à frente no placar desanimou a Nigéria e a torcida brasileira. O canto dos uruguaios começou até a ser audível na plateia, que desistiu momentaneamente de apoiar o abatido time africano para incentivar os clubes locais. Torcedores de Bahia e Vitória já preferiam outra vez se manifestar a favor das equipes de Salvador.

Sem motivos para estar tão alegre quanto os baianos, o técnico nigeriano Stephen Keshi apostou as suas últimas fichas em Sunday Mba e Akpala, substitutos de Ogu e Ideye. Não adiantou. Àquela altura, o Uruguai já administrava a partida com a sua raça característica, deixando o jogo sem grandes emoções. Prova disso é que um torcedor muito focalizado pelo telão da Fonte Nova estava cabisbaixo, sem ver o campo nem desfrutar dos seus segundos de fama – mesmo após quase todo o resto do público presente lhe chamar a atenção.

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