Com os olhos vermelhos de nervosismo, a expressão fechada e as mãos apoiando o rosto ou gesticulando no ar, quando acompanhavam seu desabafo, o técnico Emerson Leão não poupou a arbitragem em nenhuma de suas respostas à imprensa após a partida que eliminou o Santos da Copa Libertadores.
“Vencedor moral não ajuda em nada. Somos vencedores de fato porque fomos prejudicados de fato”, ergueu a voz o treinador. As críticas dos santistas à arbitragem são motivadas pelo gol anulado de Kléber Pereira na derrota por 2 a 0 para o América, no México, e por um pênalti que o centroavante teria sofrido na Vila Belmiro, durante a vitória por 1 a 0 desta quinta-feira.
Alguns jogadores, como o goleiro e capitão Fábio Costa, chegaram a afirmar que o árbitro uruguaio Jorge Larrionda veio à Vila Belmiro com uma predisposição de prejudicar o Santos. “Estou mais do que extremamente irritado, decepcionado e enojado. Não perdemos para o adversário, mas para quem decide. Não deixaram a gente vencer”, acusou Leão.
Apesar de afirmar que o Santos “precisa de outro tipo de ajuda”, recusando-se a especificá-la, o técnico não cobrou nenhuma atitude mais enérgica dos dirigentes do clube junto à Conmebol. “Não precisamos de uma fortaleza nos bastidores, mas de honestidade na hora de apitar. Não queremos nada para a gente, apenas o que é justo. Não dá para ganhar do adversário e do árbitro sempre. Chega uma hora que não dá para passar”, protestou.
Leão já havia criticado o árbitro Jorge Larrionda na Libertadores 2008, quando o uruguaio o expulsou na vitória santista sobre o Cúcuta, que classificou a equipe à fase de mata-mata. “Agora, fomos desclassificados porque ele não quis dar pênaltis e ficou sorrindo. E ainda fala que é o melhor árbitro do mundo”, ironizou o treinador, que deu parabéns a Larrionda no final da partida. “Disse que ele conseguiu fazer o que queria.”