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Jogadores “renegados” em outros times fazem sucesso no caçula Mato Grosso

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Campeão Mato-grossense em 2002 pelo Operário, em um time montado a dedo por ele mesmo, Éder Taques já sonha em repetir a façanha com a mesma fórmula 11 anos depois; afinal, depois disso, chegou a apenas três finais e teve que se contentar com vices-campeonatos. Foi assim em 2005, na Copa Governador, e em 2010, quando bateu na trave no Estadual e também na Copinha, novamente a frente do Chicote.

Depois de conquistar a Taça Minas em 2007, Taques chegou a comandar o Luverdense ano passado, sem sucesso, e no Estadual deste ano começou com o pé direito. Em cinco jogos o caçula Mato Grosso, comandado por ele, já obteve três vitórias, um empate e sofreu apenas uma derrota. Foram 9 gols marcados e cinco contra, que lhe valeram a liderança da competição, dividida com ninguém menos que o melhor time do Estado na temporada 2012, o atual campeão Luverdense. Com os mesmos 10 pontos, o vermelho berrante do Mato Grosso, que substituiu o verde do tradicional Palmeiras do Porto é sim a grande surpresa e por que não a ‘sensação” de um Estadual que começa sem empolgar e um nível técnico no mínimo questionável. O segredo para essa decolada? O dedo do treinador.

Ao montar o seu elenco, dentro das bases salariais e das limitações da diretoria chefiada por Ezequiel Rosa, Taques trouxe para o seu grupo os chamados ‘renegados”; jogadores experientes, talentosos, com passagens por vários clubes do Estado, que conhecem a realidade local, mas que estavam praticamente fora do mercado. Entre eles o meia Robinho – hábil armador, cobrador de faltas e finalizador, o zagueiro Marcelo Caixa D”água, que acompanha Taques desde os tempos do Chicote, o goleiro Éverton ‘Perereca” e o atacante Gil, que também já vestiu a camisa tricolor. Gil, aliás, tem uma polêmica passagem com a camisa do Chicote. As vésperas da final do Estadual de 2005, contra o Vila Aurora, correu o boato em Rondonópolis, de que Gil teria sido visto com dirigentes do clube local. Coincidência ou não, o Vila foi campeão e o atacante saiu de campo antes do apito final.

Com um grupo experiente e unido sob o seu comando, o resultado em campo não poderia ser outro. Enquanto os rivais corriam atrás de reforços em outros estados, Taques tratou de montar sua base caseira e temperá-la com a tática que o credenciou ao longo da carreira.

Ex-jogador das divisões de base do Dom Bosco, o melgacense Éder Taques ganhou projeção quando assumiu o comando técnico do já extinto Berga. Apostando no talento de revelações locais, como Moreno e Jair, foi campeão do Primeiro Turno do Mato-grossense no ano de 2000 e de lá para cá vem aprimorando seu estilo didático que busca inspiração em nomes como Vanderley Luxemburgo e Carlos Alberto Parreira.

Meio cartola, meio psicólogo e pai da ‘boleirada”, Taques sabe que a caminhada é dura, mas também não se espanta com tombos. Difícil será manter o ritmo para novamente tentar levantar o caneco, como fez em 2002. Em 2010 teve sua última chance e o União levou a melhor.

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