Faltando quatro dias para sua primeira participação num torneio nacional, o Cacerense vive nova crise financeira. A equipe, que foi campeã mato-grossense deste ano, jogando quase todo o estadual sem pagamento, estréia no próximo sábado, no Brasileirão da Série C contra o Crac, em Catalão-GO. Mas o elenco de jogadores e a comissão técnica demonstram desmotivação pelos dois meses de salários atrasados.
A crise foi aberta com o desentendimento entre o goleiro Heverton “Perereca” e o atacante Leandro e aumentou no último sábado quando em decisão unânime, os jogadores se recusaram a viajar para a cidade de Indiavaí, para a disputa de um amistoso.
O técnico Marcos Birigüi ficou reticente quando abordado pela reportagem sobre a crise. Cauteloso, o treinador solicitou para que o assunto fosse questionado ao presidente do Cacerense, Cloves Alves do Santos. De início, o dirigente negou que os salários estejam atrasados e que os jogadores não viajaram por orientação do preparador físico Eduardo Henrique.
Sem convencer, o presidente foi questionado novamente, mas Cloves Alves dos Santos preferiu desligar o telefone celular em vez de esclarecer a real situação do clube.
Uma fonte ligada à comissão técnica do Cacerense confirmou a crise aberta com os salários atrasados. Um deles é referente ao mês de maio, correspondente ainda pelo Campeonato Mato-grossense. E outro venceu no dia de ontem.
“É realmente desmotivador trabalhar sem receber. Véspera de uma competição tão importante, o clube passa por uma crise desnecessária”, disse a fonte, pedindo sigilo de sua identidade. Segundo ela, a diretoria do Cacerense arrecadou mais de R$ 100 mil com a conquista do Estadual e até ontem não havia colocado a folha em dia, o que revolta o elenco.