O Ituano alcançou o que buscava na primeira parte da final do Campeonato Paulista. Fazendo uma partida inteligente contra o Santos, no Pacaembu, a equipe rubro-negra marcou um gol em uma bela troca de passes, mostrou a habitual consistência defensiva, gastou tempo com atendimentos médicos e venceu por 1 a 0.
Os organizados comandados de Doriva jogarão pelo empate no próximo domingo, também no Pacaembu, na luta por um surpreendente título estadual. A formação dirigida por Oswaldo de Oliveira terá de ganhar por ao menos dois gols de diferença ou triunfar por um gol e tentar a sorte nos pênaltis.
No primeiro domingo da decisão, o Ituano não se limitou a marcar e teve um bom comportamento com a bola no pé. Cristian articulava bem o jogo. O segundo volante Jackson Caucaia e Paulinho, que atuava como meia pela direita, mantinham a bola nos pés por bastante tempo.
Foi em uma troca de passes dos dois, com um toque ainda melhor de Esquerdinha e conclusão precisa de Cristian, que a zebra saiu na frente, aos 20 minutos. Ainda no primeiro tempo, Cícero desperdiçou a oportunidade de empatar após a marcação de um pênalti muito contestado.
A etapa final não foi muito melhor para o Santos – a melhor chance foi do adversário. Com o quinteto ofensivo em uma jornada técnica ruim, Oswaldo repetiu as substituições que haviam dado na semifinal, contra o Penapolense. Desta vez, no entanto, não resolveram as entradas de Rildo e Stefano Yuri, e a pequena torcida do Ituano cantou: “O Pacaembu calou”.
Ituano põe a bola no chão
Ficou claro desde o início da partida que os jogadores do Ituano não sentiam o peso de decidir o Campeonato Paulista. A equipe trocava passes com tranquilidade e, diante da proposta do Santos de utilizar a velocidade de seus garotos em jogadas rápidas, conseguiu equilibrar a posse de bola.
O time alvinegro conseguia levar perigo quando conseguia boas esticadas pelos lados do campo, o que não tirava a calma do rubro-negro. Em uma jogada na qual pareciam a princípio apenas tocar a bola para gastar tempo, os comandados de Doriva abriram o placar.
O lance, aos 20 minutos, teve ótima participação de Jackson Caucaia e Paulinho, aqueles que mais bem trocavam passes. Jackson acionou Paulinho e recebeu na direita, perto da linha de fundo. Ele achou Esquerdinha, que passou de primeira, de calcanhar, da meia direita, e deixou Cristian em ótima posição para finalizar dentro da área.
O chute cruzado entrou no canto direito de Aranha e obrigou o Santos a buscar o ataque com mais ímpeto. Cícero levou perigo em cobrança de falta antes que o árbitro Rodrigo Guarizo do Amaral visse pênalti quando a bola tocou na mão de Josa. Cícero fez a cobrança aos 35 minutos, no canto em que pediu o goleiro. Vágner pulou para o outro lado e viu a bola sair por cima.
O nome do camisa 8 foi gritado pela torcida santista, que ainda levou um susto em cobrança de falta de Anderson Salles no primeiro tempo. Nos instantes que antecederam o intervalo, Geuvânio não errou por muito em chute de fora da área e viu uma cobrança sua de escanteio cruzar a área perigosamente.
Segundo tempo
Em desvantagem, o Santos não voltou do intervalo com a calma que teve na semana anterior, em situação semelhante contra o Penapolense. O Ituano, por sua vez, seguiu na toada apresentada nos 45 minutos iniciais, tocando bem a bola e abusando das possibilidades de atendimento médico para gastar o tempo.
O time do interior construiu sua primeira boa jogada da etapa final quando Rafael Silva girou sobre David Braz e, fominha, bateu por cima. Minutos mais tarde, viu Cristian, que bateu cruzado da direita e viu a bola passar perto. O lance fez o nome de Rildo ser gritado, e Oswaldo de Oliveira atendeu, colocando o atacante no lugar de Gabriel, aos 13 minutos.
Logo em seguida, o Santos escapou ileso de um lance que poderia ter complicado bastante a sua luta pelo título. Uma falta batida rapidamente deixou Rafael Silva na cara do gol, e o centroavante deu uma demonstração de individualismo ainda maior do que a anterior, ignorando a presença de Esquerdinha sem goleiro. O chute foi em cima de Aranha.
A partir daí, com Thiago Ribeiro centralizado e Rildo na esquerda, a equipe praiana partiu para uma tentativa de pressão que parecia inevitável, obrigando Vágner a trabalhar aos 21, em cabeceio de Leandro Damião – que vinha gerando reações negativas da torcida. Doriva reagiu sacando o meia Cristian e apostando em Claudinho.
Como a jornada de Thiago Ribeiro não era a melhor no quesito técnico, ele foi substituído pelo volante Alan Santos. Cícero assumiu a armação. Do outro lado, Marcelinho entrou na vaga de Paulinho para tentar aproveitar as chances de contra-ataque.
Nervoso, o Santos não conseguiu armar uma tentativa mais organizada de buscar o empate nos minutos finais. O Ituano se fechou com a entrada de mais um volante, Gercimar, e o time praiano tentou a última cartada com Stefano Yuri. Nada deu certo, e o time de Itu saiu mesmo na frente na decisão.