Mais um campeão mundial está eliminado da Copa do Mundo. Desta vez, o fracasso veio do detentor do troféu de 2006. A Itália apostou em uma combinação de atletas envelhecidos e pouco conhecidos para amargar um duro destino: o fracasso no grupo F. A eliminação veio com a derrota desta quinta-feira para a Eslováquia por 3 a 2, no Ellis Park, em Johanesburgo.
A Itália não era eliminada na primeira fase de um Mundial desde 1974. Herói na conquista de quatro anos atrás, o técnico Marcello Lippi terá de conviver agora com a imagem de vilão, sobretudo pela ausência na equipe de nomes aclamados pela torcida, como Totti, Balotelli e Cassano.
A Eslováquia, por sua vez, conquista a vaga nas oitavas de final como segundo colocado do grupo F – o Paraguai alcançou a liderança. Na próxima etapa, a equipe do Velho Continente vai medir forças com o campeão da chave E (Holanda, Japão ou Dinamarca).
No confronto desta quinta-feira, a Itália foi dominada por 80 minutos, apresentou novamente erros primários e só acordou no fim. Os minutos derradeiros foram dignos de desespero para os dois lados, mas a Eslováquia conseguiu segurar a vantagem.
O Jogo – Depois do empate contra Nova Zelândia, a torcida italiana aguardava ansiosamente uma resposta da Azzurra. Porém, os atuais campeões mundiais iniciaram morosos a partida em Johanesburgo e encontraram um adversário empenhado. Aos seis minutos, a Eslováquia atacou pela primeira vez de forma contundente. Hamsik recebeu passe açucarado de Jendrisek, porém pegou mal na Jabulani.
A falta de concentração da Itália ficou nítida no gol dos eslovacos. Aos 24 minutos, De Rossi tentou acionar Montolivo e deu o passe nos pés de Jendrisek. Rápido no raciocínio, o atacante enfiou a bola no meio da zaga e encontrou Vittek, que só teve o trabalho de tocar no canto direito de Marchetti.
Abatida e sem criatividade, a Itália era totalmente dominada pela Eslováquia. Aos 34 minutos, Strba obrigou Marchetti a grande intervenção em um chute de longe. Lesionado, o goleiro Buffon estava no banco de reservas e não conseguia entender o que acontecia em campo.
Até mesmo no lance de maior perigo da Itália, a Eslováquia teve participação ativa. Após cruzamento de Pepe da direita, Skrtel desviou e quase acertou o ângulo da própria meta. Nos acréscimos da etapa inicial, o jogo voltou ao seu normal: a Azzurra sofreu mais um susto. O belíssimo arremate de Kucka de primeira passou muito perto.
Descontente, o técnico Marcello Lippi radicalizou: fez duas substituições no intervalo. Maggio e Quagliarella entraram nas vagas de Gattuso e Criscito. No segundo tempo, a Itália ainda não conseguia empolgar. Quando Di Natale saiu na cara do gol, os torcedores se levantaram. Mas o jogador que marcou 29 gols no Campeonato Italiano arrematou de forma bisonha.
A última tentativa de Marcello Lippi mostrou todo o desespero de um time tetracampeão mundial: Pirlo, que vinha em recuperação de uma lesão, foi para o sacrifício. O jogo ganhou contornos dramáticos. O chute de Quagliarella tinha tudo para iniciar a reação italiana, mas parou no joelho de Skrtel em cima da linha.
Aos 28 minutos, a Eslováquia parecia que ia dar fim a qualquer esperança dos tetracampeões mundiais. Hamsik cruzou da direita e achou Vittek na área. O camisa 11 se antecipou a Chiellini e desviou sem chances para Marchetti.
Na base do abafa, a Itália renasceu. Aos 35 minutos, Di Natale pegou a sobra do goleiro Mucha e diminuiu. Pouco depois, Quagliarella aproveitou cruzamento da esquerda e também balançou as redes. Mas o impedimento foi marcado e frustrou a Azzurra.
No fim, a partida ficou ainda mais emocionante. Aos 43 minutos, a Eslováquia fez o terceiro com Kopunek. Nos acréscimos, Quagliarella diminuiu de novo em um lindo tento por cobertura de Quagliarella, insuficiente para mudar o destino italiano.