Sem Dunga, com Clemer. Sem técnico, com interino. Longe (novamente) do G-4. Perto (cada vez mais) do Z-4. Tudo igual.
A derrota do Inter para o Flamengo por 2 a 1 no Maracanã complica a vida de D"Alessandro, Damião e companhia no Brasileirão. Além de perder uma posição na tabela e cair para a oitava posição, estacionar nos 37 pontos significa não apenas deixar o sonho de uma vaga na Libertadores cada vez mais distante. Mas viu a realidade do rebaixamento. Apenas cinco pontos separam os colorados do Vasco, primeiro dos clubes enforcados com o descenso.
O primeiro tempo do Inter no Maracanã foi muito fraco. Com D"Alessandro centralizado, Caio pela direita e Otávio pela esquerda, o Inter de Clemer não conseguiu jogar. Willians e Ygor compactavam a defesa e saíam pouco para o ataque. Fabrício avançava à linha de fundo e Gabriel compunha a defesa com Juan e Jackson. Esqueça aquele Leandro Damião de dentes cerrados, bunda no chão. Em vez de aproveitar a euforia de uma boa atuação contra o Fluminense, no domingo passado, em Caxias, o Inter apequenou-se no Rio de Janeiro.
As oportunidades claras de gol para o Inter foram oriundas de falhas na defesa do Flamengo. Foram duas, com Otávio. Na primeira, aos 15 minutos, após de Léo Moura atrapalhar-se com a bola, o garoto invadiu a área, pela direita, e bateu rasteiro. Felipe fez defesa firme. Cinco minutos depois, Otávio, à queima roupa, obrigou Felipe a uma milagrosa defesa.
Sem criatividade, o Flamengo só conseguiria chegar ao gol com contra-golpes. Ah, claro: por falhas do time gaúcho, também. Foi o que ocorreu aos 28 minutos. Otávio fez passe enforcado para D"Alessandro na intermediária de defesa, o camisa 10, pressionado, perdeu a bola. Paulinho, pela direita, cruzou rasteiro para Léo Moura vencer Muriel com chute rasteiro, de primeira.
Jayme de Almeida fechou seu time ainda mais na segunda etapa e apostou no contra-golpe. Se o Inter atacava com quatro jogadores, o Flamengo se defendia com cinco. Bola roubada, correria em direção ao gol de Muriel. Como fez contra o Fluminense, quando lançou Valdívia, Clemer promoveu a estreia de outro garoto: Alex Santana. O guri que veio do Paulista tentou algumas investidas pelo meio, mas não era noite do Inter no Rio. Paulinho e Elias envolveram Fabrício e Gabriel. Sem a articulação, o time de Clemer passou a apostar nos balões. Tática fácil para a defesa rubro-negra e ótima para a velocidade do contra-ataque. Aos 26, Hernane ampliou em jogada de Paulinho, às costas de Fabrício.
Se um centroavante não funcionava, Clemer apostou em dois. Tirou o apagado Caio e mandou Rafael Moura ao jogo. Um minuto após entrar em campo, aos 36, o atacante que não marcava desde o dia 7 de julho, descontou, de cabeça. Fez mais: sofreu um pênalti, aos 42, não marcado pelo árbitro Raphael Claus. Mais uma vez, o Inter é o time do quase. Quase no G-4. Quase no Z-4.