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Internacional perde nos pênaltis para Barcelona e está fora da Copa Audi

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Valeu pela luta. O Inter foi derrotado pelo Barcelona nos pênaltis nesta terça-feira, no Allianz Arena, em Munique, e ficou de fora da final da Copa Audi. Depois de um começo pífio, o time de Osmar Loss mostrou personalidade e conseguiu a reação na etapa final ao buscar duas vezes o placar e empatar em 2 a 2. Nas penalidades, prevaleceu a perícia catalã. Muriel pegou uma cobrança, mas Damião, herói nos 90 minutos, e Zé Mário isolaram a esperança vermelha: 4 a 2.

No tempo normal, um jogo agitado e cheio de gols: Thiago Alcantara abriu o placar para o Barça. Nei empatou no segundo tempo. Logo depois, Jonathan dos Santos faria mais um para os espanhóis. Predestinado, coube a Damião empatar aos 40 minutos da etapa final. Agora, após a queda nos pênaltis, o Inter enfrenta o perdedor de Bayern, de Munique, e Milan, nesta quarta-feira, às 13h15min (horário de Brasília).

Mais do que um time, o Barcelona é uma fábrica. Uma incrível produção em série de bons jogadores, todos cientes de suas tarefas em campo. Sai uma, saem duas, saem oito peças fundamentais – como aconteceu na terça ensolarada no Allianz Arena. Não importa se, de titulares, apenas Valdés, Busquets e Iniesta estejam em campo. A equipe de Pep Guardiola jamais altera a sua forma de jogar. Um 4-3-3 organizado, veloz, com toque de bola e com impressionante compactação. Nem a experiência de nomes como Tinga, Bolívar e D"Alessandro foi suficiente. A diferença de organização foi gritante no primeiro tempo. Cada colorado parecia uma ilha. Cada atleta catalão soava como a parte de um todo. O resultado disso não demorou a aparecer.

Entusiasmado, o Inter começou marcando sob pressão e apostando nas bolas longas atrás da comportada zaga catalã. Parecia que ia dar certo. Numa delas, aos seis minutos, por muito pouco Elton não chegou antes de Victor Valdés, que segurou com firmeza. Aliás, essa seria a única defesa do goleiro até os 42 minutos da etapa inicial. A partir do sexto minuto, começou uma partida de futebol à parte, jogada apenas em um campo. O terreno de defesa do Inter.

Como de costume, o Barcelona passou a trocar passes precisos e intermináveis perto da área colorada. Numa delas, Bolatti derrubou o rápido Cuenca. Na cobrança, faltaram atenção e estudo ao time do interino Osmar Loss. Iniesta repetiu jogada ensaiada já tramada na final da Liga dos Campeões, contra o Manchester United. Em vez de cruzar pelo alto, passou rasteiro para Busquets. De primeira, a bola chegou ao pé direito de Thiago Alcantara, numa triangulação perfeita. O filho de Mazinho, meia tetracampeão em 1994, apenas desviou de Muriel: 1 a 0, aos 14 minutos.

A superioridade do Barcelona se transformou em hegemonia. Até o árbitro alemão apontar o intervalo, Muriel foi obrigado a fazer quatro defesas difíceis. Aos 26 minutos, Affelay acertou um chutaço no poste direito do goleiro colorado. De produtivo no ataque vermelho, apenas uma falta cavada pelo sempre isolado Damião, mas mal cobrada por D"Alessandro. Em 45 minutos, 69% de posse de bola para o Barcelona. Atordoado e sem reação, ao Inter só restava o refúgio dos 15 minutos no vestiário.

Com direito a 11 substituições na partida, os técnicos começaram cedo a mexer nas equipes. Guardiola reiniciou o jogo com sete alterações, entre elas o ingresso de David Villa no ataque. O maestro da etapa inicial, Iniesta, deixou o campo. Loss foi mais tímido. Apenas sacou Elton e colocou Ricardo Goulart. O time melhorou, saiu do seu próprio campo e assustou o recém-ingresso goleiro Pinto. Em quatro minutos, dois escanteitos e um par de finalizações perigosas, com Damião e Rodrigo Moledo.

Se o Inter melhorou em relação a si mesmo, o Barcelona manteve o seu ritmo. Ou seja, seguiu dando trabalho para Muriel. Jeffren acertou bom chute cruzado, o goleiro colorado espalmou. Depois, salvou chute de Villa, mas este já estava impedido. Uma boa atuação de Muriel não seria surpresa. Mas um gol de Nei, sim.
Mais acostumado a receber vaias do que aplausos da torcida no Beira-Rio, o lateral-direito repetiu o contestado Adriano Gabiru em 2006. Deixou os colorados num misto de incredulidade e êxtase ao empatar a partida. Aos 10 minutos, D"Alessandro lançou Damião com precisão, mas o centroavante esbarrou no goleiro. A bola sobrou limpa para Nei. O gol vazio foi um convite: 1 a 1 em Munique.

O gol, não poderia ser diferente, animou o Inter. Bastou a bola sair do círculo central para Andrezinho retomá-la e quase decretar a virada. Um time antes entregue, aos pedaços, conseguiu juntar os cacos e encarar o campeão europeu. Faltou, no entanto, manter a concentração na defesa. Aos 18 minutos, um passe certeiro de Carmona encontrou Jonathan dos Santos completamente livre, graças a Kleber, que fincou os pés e não acompanhou a linha da zaga. O garoto repetiu Thiago e apenas tirou de Muriel: 2 a 1.

O revés alterou o placar, mas não foi capaz de devolver ao Barcelona aquela supremacia descomunal registrada no primeiro tempo. O Inter continuou perigoso no ataque. Mais solto, D"Alessandro até aplicou um "La Boba" no fundo do gramado. Aos 39 minutos, Damião só não marcou porque Abidal salvou de cabeça no gol vazio.

Na cobrança de escanteio seguinte, o goleador solitário, mas sempre efetivo, não perdoou. Subiu mais que qualquer endinheirado zagueiro catalão, cabeceou com firmeza e comemorou o seu 26º gol no ano. Da Alemanha, não se esqueceu de Seu Natalino, com certeza emocionado em algum canto do interior paulista. Com as mãos, voltou a fazer o bigode em homenagem ao pai. Também com as mãos, um irritado Guardiola jogava longe uma garrafa d"água. O Inter não se entregava. E ainda tinha Muriel para os pênaltis.

O goleiro até pegou uma cobrança. Mas Damião e Zé Mário, garoto que entrara no lugar de Nei, erraram feio, colocaram bem longe do gol. Kleber e João Paulo, outro valor da base, acertaram. No final, 4 a 2 para os espanhóis e a certeza de que ficou uma boa imagem do Inter, sem técnico efetivado, cheio de incertezas, mas com um time aplicado e com um centroavante de verdade. O Inter deixou o campo sem a vaga à decisão, mas merecedor de dividir os aplausos com o quase insuperável Barcelona de Guardiola.

 

 

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