Demorou, mas chegou a hora. O Internacional, 26 anos depois, conquistou uma vaga na final da Libertadores. A conquista foi concretizada com a vitória de 2 a 0 diante do Libertad do Paraguai, nesta quinta, num Beira-Rio lotado de vermelho e branco. Em 1980 o Inter disputou a final da competição contra o Nacional do Uruguai, mas acabou em segundo lugar.
Os homens que escreveram seu nome na história do Inter foram Alex e Fernandão, com gols marcados na segunda etapa do jogo. Agora tudo é São Paulo, adversário diante do sonho inédito da conquista da América. A primeira partida será disputada em São Paulo, na próxima quarta, no Morumbi. Mas o filé está reservado aos colorados, a grande final será em Porto Alegre, no dia 16 de agosto.
O jogo começou com muita movimentação. Se o Inter, empurrado por sua torcida atacava, o Libertad não demonstrava temor. Tanto é que a primeira chegada mais forte foi dos paraguaios. Aos seis minutos, Guiñazú arriscou da intermediária, mas Clemer defendeu. E a rotação do jogo não baixou. O Inter ameaçava com rápidas combinações pelo meio-campo com Alex e Rafel Sóbis. Os paraguaios respondiam com Guiñazú, o articulador paraguaio.
Aos 15 minutos um susto, Fernandão caiu no gramado com a mão no tornozelo. Apesar da apreensão o atacante levantou depois de ser atendido e seguiu atuando normalmente.
Depois da velocidade inicial, o jogo ficou truncado com mais faltas e desarmes, se desenvolvendo de intermediária à intermediária. Aos 22, numa das poucas jogadas de flanco, Alex encontrava Fernandão na área, mas o zagueiro Balbuena estava atento. Até aí a vantagem tática era do Libertad, já que a equipe se defendia bem e anulava as principais jogadas do Inter, que insistia na utilização de lançamentos e bolas aéreas.
Aos 28 pressionado por López, precisou atrasar a bola para Clemer que acabou com a pressão com chutão. Aos 30 era a vez do goleiro paraguaio González intervir numa troca rápida de passes entre Alex e Fernandão que sairia na cara do gol. Aos 34 a primeira falta forte do jogo, de López em Edinho. López acabou levando o amarelo.
Aos 36 a chance mais clara do jogo. Guiñazú cruzou uma bola, Clemer não conseguiu controlá-la. Bolívar salvou o Inter quando López se preparava para abrir o placar. A última chance da etapa foi do Inter, que não conseguia muito ofensivamente. Jorge Wagner cobrou uma falta nas proximidades da área, mas a zaga paraguaia, mais uma vez, parou o ataque colorado.
A segunda etapa começou com a mesma voltagem da primeira. O Libertad logo nos primeiros minutos criava problemas para o Inter com Lopez. O Inter respondeu aos 3 minutos com Alex cavando um escanteio. Na cobrança Ceará desviou de cabeça por cima.
O momento mais crítico vivido pelo Inter foi dos nove aos 12 minutos. Aos nove a defesa colorada falhou cedendo escanteio. Bonet cobrou, Cáceres cabeceou, mas Clemer defendeu. Aois 11, mais uma vez López quase marcou, Bolívar salvou na hora final. Na cobrança do escanteio, Cáceres desviou de cabeça, a bola passou em frente ao gol, mas não surgiu nenhum pé paraguaio para colocar a bola para dentro. Aos 12, Gamarra escapou pela direita invadiu a área, mas concluiu por cima.
Assustado, Abel Braga arriscou, colocando em campo Renteria e retirando o volante Fabinho. A partir daí o jogo mudou. Um minuto depois o Inter abria o placar. Alex arriscou um chute de fora da área, a bola picou e traiu o goleiro paraguaio.
A partir daí o Beira-Rio virou um caldeirão e não tardou para a segundo gol nascer. Aos 23, Fernandão recebeu na entrada da área. A bola ainda desviou na defesa paraguaia matando mais uma vez o goleiro González. O Inter marcava o segundo gol e dava o passo decisivo em direção à grande final contra o São Paulo.
O segundo gol colorado, além de colocar fogo no Beira-Rio, desequilibrou o time paraguaio. O treinador Gerardo Martino ainda tentou, com as três substituições retomar as ações do jogo, mas a forte marcação colorada impediu qualquer ameaça ao gol de Clemer. A partir daí restou aos colorados consagrar a conquista com a festa nas arquibancadas.