Bicampeão da América, campeão do mundo e com todas as taças possíveis da atualidade na estante. Mesmo assim, o Inter voltou o ser o Inter de seu período estéril nos anos 1980 e 90. Foi assim quando o clube defendeu o seu primeiro título da Libertadores. Se repetiu nesta quarta-feira, no Beira-Rio. O time de Falcão tinha tudo para se classificar às quartas de final. Jogava em casa, tinha a vantagem de jogar por um placar igual sem gols. Mesmo assim, como há quatro anos, quando sequer passou da fase de grupos, o Colorado deu vexame.
Mesmo tendo saído na frente com um minuto de partida, os gaúchos permitiram a virada nos instantes iniciais do segundo tempo, sendo batido em um estádio lotado por 2 a 1. Uma tragédia.
Falcão vestiu, pela primeira vez, uma indefectível gravata. Não deu sorte, mesmo que parecesse que seria tudo de tranquilo com o gol de Oscar com um minuto de jogo. Só que o Inter parou de jogar. Esqueceu de trocar passes, rifou a bola, não teve força ofensiva. Proporcionou no início do segundo tempo um fiasco.
Com 15 segundos, Martinuccio empatou. Aos 5 minutos, Freitas, de cabeça, virou o placar. Em desvantagem os colorados precisavam vencer por 3 a 1, mas desde que Falcão assumiu, a equipe nunca tinha feito três gols em 90 minutos. Não foi dessa vez. Tinga, Ricardo Goulart e Rafael Sobis foram os escolhidos para saírem do banco de reservas e reverteram a situação. Não funcionou. Teve zagueiro tirando em cima da linha, chutes de fora da área, defesa do goleiro e bola na trave. Não teve o que interessava. Não teve o gol. Teve o vexame de ser eliminado nas oitavas de final da Libertadores em casa. Agora, o Inter só tem o Campeonato Gaúcho no primeiro semestre de 2011. A eliminação – O sonho de qualquer treinador se concretizou logo com um minuto de jogo. O Inter marcou na frente, forçou o passe errado, Oscar avançou e chutou no canto, colocando a vaga nas mãos dos colorados.
O Inter tinha um Beira-Rio cheio, tinha conseguido a vantagem com poucos segundos e um melhor time. O cenário era perfeito para um jogo sem correr riscos e uma classificação calma e serena. Não foi.
A saída de jogo ficou enforcada, a bola passou a ser sorteada em chutões para a disputa pelo alto. O duelo estava bom para o Peñarol, que conseguiu emparelhar o embate. Aos 15 minutos, a cabeçada de Freitas riscou trave, quase empatando.
Faltava um passe mais preciso, uma maior movimentação para furar a defesa do adversário. Leandro Damião careceu de um companheiro, de alguém que se aproximasse dele para entrar na área. O crime passava a rondar o estádio, um gol uruguaio levaria a decisão da vaga para os pênaltis.
O time de Falcão só voltou a fazer um lance capaz de fazer o torcedor levantar da arquibancada, abrir a boca e ter de segurar o grito de gol aos 38 minutos. Em triangulação com Leandro Damião, Bolatti lançou Kleber, o lateral esquerdo invadiu a aérea, mas pecou na finalização, batendo para fora.
O Peñarol voltou antes do apito do recomeço do segundo tempo, o Inter não. Com doze singelos segundos, os carboneros avançaram pela esquerda até Martinuccio chutar para empatar. Aos 5 minutos, os uruguaios tinham virado o placar, em cruzamento da esquerda, Oliveira testou paras as redes de Renan. Virou noite de terror. Em desvantagem, finalmente, os colorados retornaram para o campo.
Os donos da casa precisavam marcar dois gols para ir à próxima etapa. Para tentar chegar a três bolas na rede em um único jogo, fato inédito com Falcão, o treinador colocou Tinga e Ricardo Goulart para tirar Andrezinho e Oscar.
A pressa de quem está prestes a morrer e quer aproveitar seus últimos minutos de vida tomaram conta dos gaúchos. Afoitos, os ataques eram muito mais na base da empolgação do que por outra questão. O Peñarol aproveitava os espaços. Freitas quase decretou a morte cerebral, mas seu chute com o gol escancarado tomou o rumo da linha de fundo.
Freitas salvou quase em cima da linha chute de Bolatti. O argentino, assim como Rafael Sóbis, tentou de média distância sem sucesso. Os levantamentos para a área se sucederam, mas raros tinha como destino a cabeça de alguém de vermelho. No minuto final, o goleiro Sosa operou dois milagres e Sobis acertou a trave.