A boa fase do dono da melhor campanha do primeiro turno do Campeonato Brasileiro não é afetada nem por inferioridade numérica. Mesmo com dois jogadores expulsos, o Internacional se impôs fora de casa com toque de bola para vencer o Avaí por 2 a 0 neste domingo.
O resultado conquistado na Ressacada faz com que os gaúchos somem 43 pontos, somente um a menos em relação ao líder Palmeiras. Já os catarinenses, uma das principais surpresas da competição, ao menos terminam a 23ª rodada ainda na sexta colocação, com 34 pontos – cinco abaixo da zona de classificação para a Libertadores.
Em Florianópolis, os colorados trocaram passes até que Fabiano Eller abriu o placar em cabeçada aos 34 minutos do primeiro tempo. Antes do intervalo, Índio recebeu o cartão vermelho, mas Magrão ampliou aos 35 minutos da etapa final, dois minutos antes de Bolívar também ser excluído do confronto.
No próximo domingo, os porto-alegrenses tentam manter o momento de sucesso no Beira-Rio, recebendo o Cruzeiro. No sábado, o representante de Santa Catarina na Série A buscam a reabilitação de duas derrotas seguidas visitando o São Paulo no Morumbi.
O jogo – Silas teve dificuldades para armar sua equipe, tanto que, mesmo jogando em casa, teve de escalar Muriqui mais adiantado para atuar ao lado de Roberto no ataque. Mas a postura da equipe era ofensiva: com a marcação adiantada, os anfitriões não deixavam espaços para o Internacional avançar além do meio-campo.
Bem postados na defesa, os comandados de Tite também evitavam problemas para Lauro. Como os adversários eram disciplinados em sua estratégia de não deixar ninguém se aproximar da área, os gaúchos puderam exercer o estilo de jogo que mais gostam, trocando passes até o rival cansar.
A partida não tinha quase nenhuma emoção, mas aos poucos o cada vez maior domínio colorado na posse de bola recuava os anfitriões. Ainda não era suficiente para criar uma boa chance de gol. A tranquilidade dos visitantes, entretanto, tornou-se fundamental para abrir o placar na chance que tivesse.
E foi assim que o placar da Ressacada foi aberto. Depois de bela jogada de Giuliano driblando Marcos Winicius, a torcida da casa comemorou a bola afastada para escanteio. Mal sabia que, na cobrança, a própria zaga do clube catarinense desviaria na primeira trave para Fabiano Eller aparecer sozinho na pequena área e cabecear para as redes. Nem Eduardo Martini, que chegou a desviar, evitou o gol aos 34 minutos.
Era o ambiente perfeito para as características dos campeões do primeiro turno do Brasileiro. Somente o próprio Inter poderia complicar a partida. Foi o que aconteceu. Aos 43 minutos do primeiro tempo, Roberto arrancava pela lateral até ser parado por um duro carrinho de Índio, que atingiu o adversário com as duas pernas. O zagueiro foi expulso, complicando a vida porto-alegrense no segundo tempo.
Na volta do intervalo, Tite arrumou seu time sacando Alecsandro para a entrada de Danilo Silva. Silas respondeu desfazendo-se do 3-5-2, tirando o zagueiro Augusto para a entrada do meia Caio. A esperança da equipe de Florianópolis era que os adversários jogassem muito mais recuados. Ficaram surpresos.
Lateral e zagueiro ao mesmo tempo, Danilo Silva se mexia tanto que nem parecia que o Colorado tinha um jogador a menos. Além disso, o time seguia trocando passes, sempre buscando o segundo gol. O confronto mudou totalmente na etapa final. Não faltaram finalizações, culpa principalmente de quem estava em inferioridade numérica.
Depois de aliviar-se com um chute de Taison que passou rente à sua trave no primeiro minuto do segundo tempo, Eduardo Martini tornou-se um dos principais nomes do jogo. O goleiro do Avaí mostrou sua grande forma defendendo chutes fortes e à queima-roupa de Magrão, Taison e Danilo Silva. Os donos da casa responderam timidamente, em tabela de Muriqui e Roberto ou jogada individual de Caio. Mas Lauro só teve que trabalhar em cabeçada de Muriqui.
Era o Inter quem mandava no confronto. O segundo gol era questão de tempo, e se confirmou aos 35 minutos. Kleber deu lançamento preciso para Magrão, que recebeu a bola entre dois zagueiro, limpou um marcador e deu um carrinho para encobrir Eduardo Martini. O duelo estava liquidado. Nem a expulsão de Bolívar dois minutos depois, por receber o segundo cartão amarelo, evitou que os gaúchos seguissem na cola do Palmeiras.