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Hypólito é primeiro brasileiro campeão mundial de ginástica

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Se eu acertar minha série, vou ganhar”. Diego Hypólito, 19, cumpriu neste sábado o vaticínio feito na véspera e entrou para a história do esporte nacional ao se sagrar campeão mundial de solo. É a primeira vez que um brasileiro sobe ao pódio em um Mundial de ginástica.

Assim que aterrissou no último de seus saltos, Diego abriu um enorme sorriso. Deixou o tablado e abraçou membros da delegação brasileira, que comemoravam antes mesmo de os árbitros anunciarem a nota 9,675, que não foi superada por nenhum rival. “Eu sabia que ao menos um lugar no pódio eu tinha garantido”, disse o brasileiro.

Com a medalha de ouro, Diego consagra uma trajetória sem precedentes na ginástica masculina nacional: ele é o único brasileiro que já atingiu uma final de Mundial -havia acabado em quarto lugar no solo tanto em Debrecen-2002 quanto em Anaheim-2003. “Ele é o ícone que faltava para que a ginástica masculina pudesse se desenvolver no Brasil”, define Vicélia Florenzano, presidente da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica).

Além das inéditas finais de Mundial, Diego já dava sinais claros de seu potencial em 2004: conquistou cinco medalhas de ouro em etapas da Copa do Mundo -inclusive o ouro na grande final, disputada em Birmingham, em dezembro. “Se você for pensar, faz mais de um ano que eu não perco”, comemora o ginasta, que ganhou em Melbourne sua sexta competição internacional seguida.

“Não sei se dou risada, se choro, estou muito feliz. Ainda não acredito”, diz Diego, irmão de Daniele Hypólito, que em 2001, ao ganhar a medalha de prata no Mundial de Ghent, colocou o Brasil no mapa da ginástica, modalidade sem a menor tradição no país.

O brasileiro, que havia se classificado em 8º e último lugar à final após falhar em uma de suas acrobacias, superou neste sábado o canadense Brandon O’Neill (prata com 9,625), e dois atletas que empataram em terceiro lugar: o húngaro Robert Gal e o chinês Fuliang Liang (ambos nota 9,587).

A medalha de ouro inédita muda o balanço do ano, até então extremamente negativo para o brasileiro. Após um 2004 permeado por medalhas, sofreu uma fratura na tíbia da perna direita dias antes da etapa de São Paulo da Copa, em abril. Diego ainda tentou competir, dias depois, mas logo nos primeiros passos, caiu, chorando de dor. Após o diagnóstico de fratura, submeteu-se a uma cirurgia. Em junho, ao treinar desobedecendo orientações médicas, agravou a lesão. Resultado: só pôde voltar aos treinos na segunda quinzena de outubro.

“Não imaginava que conseguiria ganhar aqui”, disse o brasileiro. “No ano passado eu estava dando passos largos para frente. Neste ano, caí num enorme buraco. Agora, consegui o título que faltava para mim e para a ginástica masculina”, afirmou o campeão.

Neste sábado, Diego foi o quinto ginasta a se apresentar no solo. Antes dele, Brandon O’Neill havia feito uma série com poucas imperfeições. Chegada a sua vez, o brasileiro deu prova do quão supersticioso é: entrou no tablado pelo lado oposto ao dos rivais. “Eu sou cheio dessas bobeiras. É que nas eliminatórias eu havia entrado por lá e errado minha série. Quis ter certeza de que hoje seria diferente”.

E o começo não foi tão promissor. Em sua primeira seqüência de exercícios -que de acordo com Diego é exclusiva dele-, o brasileiro não foi perfeito. “Ele fez o último salto um pouco mais baixo que na fase de classificação”, analisa Georgette Vidor, ex-técnica da seleção e de Daniele. “Ficamos com o coração na boca. Em compensação, a segunda passada foi perfeitíssima, uma coisa linda. E, na terceira, ele botou a medalha no pescoço”.

Após o fim da apresentação de seus rivais e da confirmação da medalha de ouro, Diego ligou para a mãe, Geni, para comemorar, sob os holofotes da maior parte dos cinegrafistas e fotógrafos presentes à Rod Laver Arena. Da arquibancada, Daniele começou a chorar. Em seguida, desceu os degraus, debruçou-se na grade que a separava da área de competição e deu um longo abraço no irmão, que ainda tinha a mãe ao celular.

“Foi o momento mais emocionante de todos. Abraçando minha irmã e falando com a minha mãe. Amo minha família”, disse Diego. Já Daniele afirmou sentir-se mais feliz do que à época de sua conquista. “O Di passou por meses muito difíceis neste ano. Não dá pra contar como estou feliz por ele, como ele merece essa medalha”, disse a ginasta, que ontem ficou em 9º lugar no individual geral feminino.

Após receber a medalha de ouro e ouvir o hino nacional, demonstrando emoção, mas sem choro, Diego já começou a experimentar o novo status: dezenas de crianças australianas cercaram o campeão mundial atrás de um autógrafo ou de uma foto a seu lado. Paciente, atendeu a todos os pedidos, sorriso fixado no rosto.

Técnicos e atletas de outros países também cumprimentaram o campeão. Mais tarde, recebeu uma ligação do Brasil, pelo celular, do técnico Renato Araújo, para Diego, seu grande incentivador. “Ele sempre me disse para acreditar, para que eu mentalizasse a medalha no meu peito porque eu podia. Agora eu tenho certeza de que posso”.

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