Para retomar o nível das atuações de 2010, o Grêmio pensa que é preciso manter uma alta velocidade do começo ao fim do jogo. É necessário ter uma alta intensidade o tempo todo. O técnico Renato Gaúcho quer que seu time seja um Sebastian Vettel do começo ao fim da partida. Não foi diante do Pelotas, na Boca do Lobo, que a meta foi atingida. Mas no futebol não se ganha somente com a velocidade pura. Com maior durabilidade, o Tricolor conseguiu se impor no segundo tempo e vencer por 3 a 1, pela quinta rodada do segundo turno do Campeonato Gaúcho.
Terminar o primeiro tempo com o placar zerado foi um milagre. Os dois times tiveram oportunidades para marcar, em um confronto elétrico. Mesmo que tenha dito oportunidades, o Grêmio passou por momentos de tensão, errando passes, perdendo a posse de bola com constância e sendo vítima de contra-ataques rápidos. A imperícia na finalização comprometeu a vida do Lobão, terceira pior campanha do Gauchão.
No segundo tempo, a superioridade gremista surgiu, mesmo que os donos da casa ainda apresentassem poder de reação. Aos 8 minutos, Willian Magrão marcou para o Tricolor. Não se passaram 60 segundos e Sandro Sotilli empatou, em falha crassa da defesa. O gol da vitória saiu da testa de Rodolfo, o zagueiro cabeceou de maneira certeira após cobrança de escanteio. No minuto final, Rafael Marques ampliou.
O Grêmio segue na terceira posição do Grupo 2, mas assumiu a melhor campanha geral da competição. Na quarta-feira, em Caxias do Sul, a equipe enfrenta o Juventude, em jogo recuperado da primeira rodada.
O Pelotas segue no quinto lugar da chave e brigando para não ser rebaixado. No fim de semana, o Áureo-Cerúleo enfrenta o Inter-SM, como visitante.
O jogo – Um dos defeitos apontados pelo técnico Renato Gaúcho para o Grêmio não ter o mesmo rendimento do segundo semestre do ano passado é a incapacidade de atuar os 90 minutos em intensidade alta. Ele quer seu time "a 100 por hora" do apito inicial do árbitro até o final. Não foi contra o Pelotas que isso ocorreu.
O Tricolor entrou em campo bem abaixo da velocidade/intensidade desejada pelo seu comandante. Os roubos de bola por parte do Pelotas indicavam a rotação mais elevada dos donos da casa. Não foram raros os momentos em que os pelotenses retomavam a posse no seu campo e saíam em velocidade, geralmente puxados por Makelele. Os erros faziam Adilson ter de se multiplicar na marcação.
O Áureo-cerúleo não atropelou seu visitante por imperícia na finalização. No melhor lance, o contra-ataque chegou até Clodoaldo. Livre na área, o chute saiu fraco em cima de Marcelo Grohe. Sotilli, de cabeça, e Makele, de fora da área, também tiveram oportunidade.
A pressão psicológica recorrente utilizada por Renato se repetiu. Pouco após a metade da primeira etapa, os reservas começaram a aquecer. Mesmo errando muitos passes e vendo um oponente mais acelerado em campo, o Grêmio teve suas chances. Sempre pelo alto. Escudero e Rodolfo testaram para Dionatan brilhar.
Os instantes finais da primeira etapa mostravam que o Grêmio tinha entrado no ritmo do confronto. Voltou do vestiário dominante. Não demorou para o gol sair. Após cruzamento de Rodolfo, aos 8 minutos, Willian Magrão tocou de cruzado colocando o time da Capital na frente.
Os torcedores gremistas ainda confraternizavam nas arquibancadas da Boca do Lobo quando foram abruptamente interrompidos. Menos de um minuto depois, o Pelotas empatou. Abertinha, a defesa gremista permitiu que Sandro Sotilli, homem com mais de 100 gols na história dos Gauchões, toca-se livre para as redes.
A novidade gremista no segundo tempo foi Leandro. O garoto imberbe manteve o nível de suas atuações anteriores. Mostrou velocidade, habilidade e não se furtou de arriscar dribles e chutes a gol. Em um desses lances, cavou escanteio. Na cobrança, Rodolfo subiu lá em cima para colocar o Grêmio, novamente, na frente.
Outra vez em desvantagem, o Pelotas perdeu a fé. Com um elenco experiente faltou durabilidade, comprometendo o fim da partida e não tendo forças para voltar a pressionar. Aos 44 minutos, Rafael Marques, de cabeça, ampliou.