Um empate molhado e amargo foi o 1 a 1 entre Grêmio e Vasco, nesta quarta-feira. Sem a chuva dar um minuto sequer de trégua, os jogadores tinham de driblar os adversários e as poças de água. O resultado na décima rodada do Campeonato Brasileiro mantém os dois clubes na zona do rebaixamento, com 10 pontos. O Tricolor em 17º lugar e os cariocas logo atrás.
Chuva forte, campo encharcado e a má fase gremista afastaram o torcedor do Olímpico. O contexto deu um tom triste ao jogo. A força da natureza não tirou a vontade dos jogadores. O empenho resultou em um confronto elétrico nos primeiros 20 minutos de jogo.
Os gols saíram exatamente no começo da partida. O do Vasco, aos 6 minutos, em cabeçada de Nunes. O Grêmio igualou o placar 180 segundos depois, em belo chute de Jonas.
Quanto mais o tempo avançava, pior ficavam as condições do campo. Nos acréscimos do segundo tempo, Titi salvou o que seria o segundo gol Tricolor colocando a mão na bola, mas nada foi marcado. Todas as circunstâncias que envolveram o duelo devem dar uma sobrevida ao técnico gremista Silas. O treinador e a diretoria ainda ouviram vaias da torcida após o apito final.
Na próxima rodada, o Vasco entra antes em campo, enfrentando, no sábado, o Atlético-GO, em casa. No domingo, o Grêmio joga contra o Cruzeiro, fora de casa.
O jogo: O mau tempo soou como um castigo pelas más atuações gremistas. Se a esperança era fazer uma boa atuação para mudar a maré, não foi possível. A cada passe, a cada dividida, um spray surgia da grama, dando um banho nos participantes da jogada. À beira das quatro linhas, o técnico calçava chuteiras como nos tempo de jogador. O Vasco compreendeu melhor às condições da partida, conduzindo menos a bola e explorando os lances longos.
A água despejada por São Pedro sobre o Olímpico não impediu um confronto emocionante, principalmente nos primeiros 20 minutos de jogo. Nesse período saíram dois gols. O dos vascaínos ocorreu em lance típico de uma partida nessas condições. Em cobrança de falta da intermediária, aos 6 minutos, Nunes tocou de cabeça, a bola desviou em um zagueiro, passando por baixo do goleiro Victor. Instantes antes, os cariocas tinham assustado em uma jogada semelhante.
Um gol tão cedo poderia fazer um time em crise desmoronar. Não foi o caso do Grêmio. Três minutos depois, o Tricolor empatou. Após triangulação, Jonas girou e acertou o ângulo de Fernando Prass.
A torcida ainda festejava, o relógio não tinha avançado 60 segundos ainda, e o Vasco voltou a levar perigo. Nilton driblou o goleiro, mas chutou na rede pelo lado de fora. Os donos da casa criavam lances de perigo quando Borges conseguia prender a bola no ataque, permitindo a aproximação dos meias.
A equipe de PC Gusmão sempre esteve mais próximo do segundo gol. Fumagalli, com estilo, acertou o travessão, aos 20 minutos. A última parte da primeira etapa não foi tão elétrica, com poucas oportunidades e muitas divididas.
O número de possas foi aumentando consideravelmente no decorrer dos 90 minutos, deixando o gramado em estado impraticável para o futebol no segundo tempo. Foram 45 minutos de bola alta na área, bola alta na área e bola alta na área. Não interessava de onde, a bola sempre era levantada na área. Em um dos últimos lances lúcidos, Jonathan recebeu lançamento. O atacante bateu na saída de Victor, que salvou com um tapinha.
Os técnicos ainda tentaram chegar à vitória empilhando jogadores altos nas áreas, como André Lima, do Grêmio, e Élton, do Vasco, mas não obtiveram sucesso. Nos acréscimos, Borges driblou o goleiro, mas Titi salvou, colocando a mão na bola, entretanto nada foi marcado.