O Olímpico abriu seus portões para as crianças, nesta quarta-feira, mas a partida deveria ter sido somente para os gremistas maiores de 18 anos. A derrota por 3 a 1 do Grêmio para o Figueirense é daquelas traumatizantes. Um jogo em que a garotada foi ao estádio cheia de esperança, mas retorna para casa frustrada com o resultado e com a atuação, deixando o clube com poucas perspectivas para o restante do Campeonato Brasileiro.
Sem força ofensiva, o Tricolor pouco incomodou a defesa do adversário no começo do jogo. No outro lado, o Figueira aproveitou as chances que teve. Aloísio e Elias marcaram no primeiro tempo. Se para o time de Celso Roth é difícil marcar gols quando o jogo está zerado, as dificuldades se multiplicam quando há a obrigação de ir às redes.
Mesmo assim, Edcarlos, de cabeça, descontou na metade da etapa final. Animado, os gaúchos abriram espaços e Wellington Nem ampliou em jogada individual, com dribles no pentacampeão Gilberto Silva e no goleiro Victor. O quarto não saiu pela falta de perícia nas finalizações seguintes.
Os três pontos levam a Máquina do Estreito ao nono lugar, com 41 pontos. O Grêmio cai para a 12ª colocação e ainda pode perder uma posição para o Santos, o adversário do próximo domingo. No sábado, o Figueira recebe o América-MG no Orlando Scarpelli.
O jogo – Os jogadores gremistas entraram em campo acompanhados de seus filhos. O presente do dia das crianças, entretanto, não estava no Olímpico. O Figueirense não quis saber de brincadeira. O bom toque de bola dos catarinenses incomodou o adversário. Não havia jogada rifada ou chutões a esmo.
O Grêmio tinha estratégia semelhante, mas tentava no lance aéreo o caminho para ir às redes. Mas André Lima pouco aparecia. Quando teve a chance, após cobrança de escanteio, o atacante chutou em cima do goleiro Wilson.
O primeiro lance ofensivo encaixado pelo Figueira saiu em bola enfiada para Wellington Nem, ele antecipou-se à zaga e ao goleiro Victor, desviando a bola para fora. Logo depois, o meia se atrapalhou com a bola, mas de um modo que desarmou a defesa e sobrou para Aloísio abrir o placar, aos 33 minutos.
Assimilar a nova situação demorou um pouco para o Tricolor. A Máquina do Estreito entendeu bem o que acontecia e ampliou quatro minutos depois. Juninho puxou o contra-ataque e lançou Elias, o jogador entrou na área e bateu, Victor caiu, mas não teve força para espalmar. Ao esconder o rosto no seu braço, o goleiro mostrava revolta com a própria falha.
O terceiro não saiu por um detalhe. Wellington Nem tocou por cobertura e a bola passou sobre o travessão. Só então os gaúchos compreenderam o que se passava em campo e regiram em chute de Marquinhos em cobrança de escanteio de Douglas. As duas jogadas explodiram na trave.
Celso Roth já é crescidinho, mas fazia bico à beira do gramado. A torcida vaiava. Para o segundo tempo, o treinador colocou Gilberto Silva e Miralles nos lugares de Rafael Marques e Escudero, respectivamente. Nada que aumentasse a força ofensiva gremista. Douglas, em chute cruzado, defendido por Wilson foi a única chance criada no terço inicial do segundo tempo.
Com o tempo ao seu lado, o Figueirense controlava a partida, mas recuou demais. Mário Fernandes de cabeça obrigou Wilson a se esticar todo. No escanteio saiu o gol gremista, aos 23 minutos. Douglas cruzou e Edcarlos testou para as redes.
Ao descontar, os gremistas se animaram, em campo e nas arquibancadas. A pressão aumentou. O time rondava a área adversária com constância. O perigo era o contra-ataque. O perigo se transformou em gol. Em lance individual, Wellington Nem driblou Gilberto Silva, tirou Victor do lance e deu a vitória ao Figueira, aos 30 minutos do segundo tempo.
Com a defesa do oponente escancarada, o Figueirense teve chances para marcar o quarto, mas falhou na hora da conclusão. No último lance do jogo, a defesa dos catarinenses tirou em cima da linha.