Toda a tradição que representa a Copa Libertadores estará em campo na final do torneio continental deste ano. Grêmio, bicampeão, e Boca Juniors, pentacampeão, começam a decidir a competição nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), em Buenos Aires, no estádio de La Bombonera. Com eles, entrará em campo a maior rivalidade sul-americana. O confronto entre brasileiros e argentinos já decidiram a Libertadores em outras dez oportunidades.
A última vez que times de Brasil e Argentina se enfrentaram em uma final de Libertadores foi em 2003 e o Boca Juniors estava em campo. Depois de vencer o Santos por 2 a 0 no primeiro jogo, em La Bombonera, o time argentino voltou a vencer, no estádio do Morumbi, por 3 a 1, com um show da então revelação Carlitos Tevez.
Já a última conquista brasileira na Libertadores diante de argentinos foi em 1992, quando o São Paulo perdeu o primeiro jogo por 1 a 0, venceu o segundo pelo mesmo placar, despachou o Newell’s Old Boys e conquistou, nos pênaltis, seu primeiro título continental.
O Grêmio entra em campo nesta quarta-feira tentando seu terceiro titulo. Depois da conquista de 1983, o time gaúcho levantou a taça há 12 anos, quando bateu o Nacional de Medellín com um grande time comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, começando a ganhar projeção internacional. Já o Boca busca sua sexta conquista para encostar no recordista de títulos, o Independiente, também da Argentina, que tem sete.
Para conseguir o tricampeonato, o Grêmio tem a vantagem de jogar a segunda partida em casa, o que tem sido determinante nesta Libertadores. Na fase final do torneio, o time gaúcho conseguiu todas as suas classificações com resultados jogando no estádio Olímpico. Nas oitavas e nas quartas-de-final, eliminou São Paulo e Defensor do Uruguai, respectivamente, revertendo derrotas fora de casa. Na semifinal, o Grêmio conseguiu garantir a classificação venceu o primeiro jogo em casa por 2 a 0 e perder o segundo por 3 a 1 para o Santos, na Vila Belmiro.
Já o Boca teve que reverter uma situação bem adversa para chegar à final. Depois de perder por 3 a 1 para o Cucuta, na Colômbia, venceu em casa por 3 a 0 e poderá tentar seu sexto título.
Para evitar o sufoco de ter que correr atrás do resultado fora de casa na segundo jogo, o Grêmio pretende reverter o retrospecto desfavorável quando o time joga fora de casa: perdeu todos os jogos desta fase final. “Precisamos melhorar nosso retrospecto, nos preocuparmos com o resultado na Argentina, para que possamos decidir no Olímpico”, explicou o meio-campista Lucas.
O zagueiro Teco, um dos destaques do time neste ano, tem a formula para conseguir um bom resultado neste primeiro jogo: a forte marcação, algo quem o Grêmio é especialista.
“Nossa característica é marcar forte, sempre foi. Não podemos deixar isso de fora nesse jogo. Vamos procurar diminuir os espaços, não vamos ficar esperando o Boca no nosso campo, senão é difícil, eles empurram a gente lá para dentro. Com certeza, vamos tentar fazer o gol de qualquer maneira. Temos que ter personalidade, atitude. Esquecer a torcida, o fator campo e jogar como se estivéssemos em casa”, afirmou o zagueiro gremista.
Teco ainda comentou sobre a importância de o time ter bastante atenção para o trio ofensivo do Boca Juniors, formado por Riquelme, Palacio e Palermo. “O Boca Juniors todo. Todos os três, fora os outros, têm um conjunto muito forte. A torcida apóia o tempo todo, isso preocupa um pouco, mas todo mundo está tranqüilo.”
Para essa partida, o técnico Mano Menezes não terá nenhum problema e poderá escalar o que tem de melhor. Depois de ficar de fora do jogo contra o Santos na Vila Belmiro por causa de uma contusão, o atacante Tuta está recuperado e garante que vai para o jogo. O único desfalque é no banco, pois o Grêmio não poderá contar com o Amoroso, que cumpre seu último jogo de suspensão.
Pelo lado do Boca Juniors, o técnico Miguel Angel Russo garante que a única possibilidade do seu time é sair com a vitória diante de sua torcida. “Não penso em outra coisa que não seja ganhar. Nenhum de nós pensa em outra coisa que não ganhar. Creio que chegamos em bom momento, inteiros, firmes. Isso é o que aspiramos, mas sabemos que ainda temos 180 minutos pela frente”.
“É uma final de Libertadores, sem margem de erros. Não podemos ficar mal no contra-golpe, isso é importante. Boca, por seu estilo, vai buscar a partida. O rival saberá o que tem de fazer. Nós temos que ser precisos na área adversária e duros próximos a nossa. Estamos falando de uma final, onde se busca a superação para subir um degrau a mais”, afirmou o técnico argentino.
A única dúvida que o treinador tinha era sobre a presença o meio-campista Riquelme, que não treinou na última segunda-feira por causa de uma gripe, mas está confirmado para o jogo. Já Morel Rodríguez, que havia sido convocado para a seleção argentina para a disputa da Copa América, irá se apresentar ao time nacional apenas depois de final da Libertadores.
Boca Juniors: Caranta, Ibarra, Díaz, Morel Rodríguez e Clemente Rodríguez; Ledesma, Banega, Cardozo e Riquelme; Palácio e Palermo
Técnico: Miguel Angel Russo
Grêmio: Saja; Patrício, William, Teco e Lúcio; Gavilán, Sandro, Tcheco e Diego Souza; Carlos Eduardo e Tuta
Técnico: Mano Menezes