Foi bom para o Grêmio, mas não tão gostoso quanto se desenhou o jogo no Pituaçu. O importante, no fim, foi a vitória por 2 a 1 sobre o Bahia, a segunda dos gaúchos fora de casa no Campeonato Brasileiro. Resultado que faz Celso Roth ganhar folga da zona do rebaixamento, sensação que ainda não foi sentida pelo estreante Joel Santana.
O técnico do time baiano criou a manchete que definiu o primeiro tempo do jogo. "Tomamos um passeio", sentenciou ao deixar o gramado no intervalo. O Grêmio foi o senhor das ações. Tocou a bola, triangulou, tabelou, criou chances e marcou gols. Primeiro com Brandão e depois com Escudero. Douglas ainda desperdiçou cobrança de pênalti.
O Bahia foi outro no segundo tempo. Quase tudo que o adversário tinha feito nos 45 minutos iniciais, os donos da casa fizeram no segundo. A diferença foi que os baianos conseguiram marcar somente uma vez, com Souza, em cobrança de pênalti.
Os dois clubes estavam empatados na pontuação. Agora, o Tricolor Gaúcho se afasta da zona de rebaixamento com 27 pontos e a 13ª colocação, o melhor posicionamento desde a 11ª rodada. O Bahia segue com 24 e é o primeiro fora da zona de rebaixamento, três pontos a frente do Atlético-MG.
No domingo, o Grêmio encara o São Paulo, no Olímpico. Fora de casa o Bahia enfrentará o Atlético-MG, em nova disputa contra um adversário direto.
O jogo – O gramado do Pituaçu tinha problemas. Ele não era igual para gaúchos e baianos. Quando a posse de bola era do Grêmio, o campo de jogo era grande, cheio de espaços a serem explorados. No momento em que o Bahia tinha que tomar a iniciativa parecia ter de subir uma ladeira rumo ao ataque, além de não existirem espaços, tendo de jogar em espaço reduzido. Essa foi a cara do primeiro tempo. Facilidade de um lado. Dificuldade do outro.
Triangulando, trocando passes e tendo a posse de bola, o time de Celso Roth dominou completamente o adversário. Sem controlar os avanços do oponente, os donos da casa sucumbiram. O goleiro Tiago conseguiu salvar chute de Julio Cesar e depois o de Brandão.
Os baianos tentavam avançar aos trancos e barrancos. Nas jogadas individuais o sucesso foi nulo. Em lances envolvendo disputa de força com os defensores o resultado não mudou muito. A diferença de atuações não condizia com a proximidade dos clubes na tabela de classificação.
O Tricolor Gaúcho transformou a superioridade em gols aos 28 minutos. Em cruzamento de Julio Cesar, Brandão, de cabeça, marcou seu primeiro gol no Campeonato Brasileiro. Depois, foram três arremates de jogadores gremistas no mesmo lance, mas nenhum encontrou as redes.
Em lance individual, Douglas achou Brandão na pequena área, aos 35 minutos. A cabeçada do centroavante acertou o travessão. No rebote, Escudero emendou um chute forte e preciso, ampliando a vantagem. O terceiro quase saiu no minuto final. Mesmo que Douglas tenha sido derrubado fora da área, o árbitro marcou pênalti. Ele cobrou no melhor estilo Elano, colocando a bola sobre o gol.
O campo tinha sérios problemas de inclinação. Como explicar que o cenário no segundo tempo fosse completamente diferente? O "passeio gremista", definição dada por Joel Santana no intervalo, não se repetiu. Tudo dito sobre o Grêmio no primeiro tempo se encaixou para o Bahia no segundo. Tudo que se falou dos baianos na etapa inicial servia aos gaúchos nos 45 minutos finais.
Os donos da casa partiram para cima do adversário. Obrigaram Victor a efetuar boa defesa, desperdiçaram chances em arremates para fora e chegaram ao primeiro gol, aos 12 minutos. Reinaldo caiu na área e o juiz assinalou pênalti. Souza bateu forte, rasteiro no canto, tirando do alcance do goleiro.
O Bahia seguiu insistindo, mas faltavam lances com chances claras. O Grêmio, em escapada, quase marcou mais um com Marquinhos. Quando a oportunidade apareceu para os baianos, Victor salvou em cabeçada de Jones Carioca. No fim, o que era um passeio gremista virou uma vitória apertada por 2 a 1.