A temporada passada foi negativamente histórica para os grandes clubes paulistas. Pela primeira vez desde 1935, quando o São Paulo Futebol Clube foi fundado, o quarteto passou um ano inteiro sem ter conquistado nem um título sequer. A chance inicial de acabar com o jejum coletivo em 2015 será no Campeonato Paulista, que tem o Ituano como atual campeão.
No último ano, o time de Itu surpreendeu ao eliminar o Palmeiras na semifinal estadual e ao derrotar o Santos na decisão. O São Paulo caiu diante do Penapolense, nas quartas de final, enquanto o Corinthians não conseguiu nem avançar à segunda fase.
Assim como em 2014, os grandes foram divididos em quatro grupos no Campeonato Paulista de 2015. O São Paulo caiu na chave A, a mesma do atual campeão Ituano, ao lado também de São Bernardo, Red Bull e Mogi Mirim. Na B, o Corinthians terá como concorrentes São Bento, Rio Claro, Ponte Preta e Audax. O Palmeiras medirá forças com Portuguesa, Marília, Linense e Botafogo-SP na C. Por fim, na D, o Santos disputará com XV de Piracicaba, Penapolense, Capivariano e Bragantino.
Novamente, os times de um mesmo grupo não irão se enfrentar na fase classificatória e os dois melhores de cada chave jogarão entre si para ir às semifinais, em partida única. A decisão terá confrontos de ida e volta.
“O formato do campeonato é o mesmo, então o torcedor já vai se acostumando com a competição. Certamente, o público entenderá que o futebol é entretenimento. A festa será o ponto alto”, discursou Marco Polo Del Nero, prestes a entregar a presidência da Federação Paulista de Futebol (FPF) ao vice Reinaldo Carneiro Bastos, já que assumirá o comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Mesmo com a manutenção do formato, o Campeonato Paulista terá uma novidade no seu regulamento. Para coibir os grandes clubes de utilizarem os seus juniores nas primeiras rodadas, desprestigiando o torneio, a FPF limitou a 28 o número de jogadores inscritos por cada equipe. “É só uma pequena alteração”, minimizou Del Nero.
A “pequena alteração” provocou uma grande revolta em alguns dirigentes, como o presidente são-paulino Carlos Miguel Aidar, que se disse voto vencido na discussão. Seu clube e o Corinthians priorizarão a Copa Libertadores da América no primeiro semestre, enquanto o reforçado Palmeiras e o Santos, em crise financeira, irão se concentrar exclusivamente no Estadual.
Ao menos todos tiveram um tempo maior de preparação neste ano. Acostumados a reclamar da disparidade física para os pequenos do Campeonato Paulista, os grandes viram a pré-temporada esticar e ganharam a oportunidade de promover até amistosos internacionais em janeiro.
“Isso foi ótimo. Existia muito protesto por parte dos clubes, de sindicatos de atletas, mas fizemos um ajuste com os times e a televisão, que é muito importante por pagar a conta”, concluiu Marco Polo Del Nero.