No meio de semana, o técnico Márcio Bittencourt selou seu destino no comando do Corinthians ao fazer duas substituições covardes e ceder o empate para o Atlético-MG em pleno Pacaembu. Neste domingo, foi a vez de Gallo, comandante santista, adotar uma postura covarde após ficar duas vezes em vantagem contra o Fluminense no Rio de Janeiro, trazer os donos da casa para cima e perder, de virada, por 4 a 3, deixando o time ainda mais distante dos ponteiros da competição.
O resultado pode aumentar ainda mais a pressão sobre o já contestado treinador santista, e talvez apressar a troca de comando. Com o possível acerto entre Corinthians e Antônio Lopes, fica aberto o caminho para Nelsinho Baptista reencontrar o atacante Luizão, agora no Santos.
Na próxima rodada, sábado, o Peixe abre as portas da Vila Belmiro para receber o Fortaleza. Já o Fluminense, que no meio de semana encara o Banfield, pela Copa Sul-americana, terá o Internacional pela frente no domingo, em Porto Alegre.
O jogo: A partida começou a mil por hora e, em apenas três minutos, o Fluminense conseguiu ameaçar duas vezes o gol defendido por Saulo, acertando o travessão santista em uma delas, com belo chute de Leandro.
A resposta santista foi imediata. Após Geílson perder boa chance, Paulo César cobrou escanteio pela direita e Luis Alberto, soberano, subiu mais do que a zaga carioca e testou firme, sem chances para o goleiro Kléber.
A situação só não ficou pior para o Fluminense porque o árbitro marcou impedimento de maneira equivocada após Paulo César fazer lançamento longo e deixar Frontini livre à frente do goleiro carioca.
Em desvantagem, o tricolor partiu para cima do Santos e por pouco não empatou a partida com Beto, que bateu forte, cruzado, mas parou nas mãos do goleiro Saulo, novamente em noite iluminada.
O Santos suportava a pressão e atacava com consciência, quase sempre pelo lado direito. Após Paulo César obrigar Kléber a ceder escanteio, o Santos ampliou. Ricardinho cobrou escanteio da esquerda e Avalos, imitando seu companheiro de zaga, subiu sozinho para marcar: 2 a 0.
Aos 25, quando a torcida começava a se virar contra o Fluminense, Arouca arriscou de longe, a bola desviou em Luis Alberto e “matou” a reação do goleiro Saulo, que apenas olhou: 2 a 1 e mais fogo no jogo.
A partir daquele momento, o que se viu foi um verdadeiro bombardeio carioca para cima do gol defendido por Saulo, que pegou até bolas no susto. O Peixe, por sua vez, fez o que pôde para segurar o resultado e acabou descendo para os vestiários em vantagem no placar.
Mais pressão : A pressão total continuou e o gol do Fluminense era apenas questão de tempo. Depois de Beto tirar tinta da trave direita de Saulo, foi a vez de Petkovic, de falta, tirar o grito de “Uhhhhh!” da torcida tricolor.
O Santos, atônito, pouco criava, e Gallo, sem iniciativa, apenas assistia ao seu time ser massacrado pelo Fluminense. Saulo continuava fazendo milagres e evitando o pior, e a bola rondava insistentemente a grande área do time da Baixada.
Aos 12 minutos, Gallo finalmente se mexeu e sacou o fraco Geílson para a entrada do veterano Basílio, decidido a apostar de vez nos contra-ataques e a chamar o Fluminense cada vez mais para cima do Santos.
A apatia de Gallo foi castigada aos 23 minutos. Logo após tirar o lateral Paulo César para a entrada do volante Élton, o sérvio Petkovic acertou mais um chute maravilhoso da entrada da área e, com justiça, colocou a igualdade no placar: 2 a 2.
Os deuses do futebol chegaram a ameaçar pregar uma peça no Fluminense quando Basílio, no único ataque santista na segunda etapa, aproveitou rebote de Kléber e colocou o Santos novamente em vantagem.
A cinco minutos do fim, no entanto, o esforçado Leandro tentou cruzar e acabou enganando Saulo, marcando um gol de placa. Após Tuta e Basílio terem seus gols anulados, o Fluminense virou a partida aos 50 minutos, com Gabriel. Castigo merecido para quem abusou da covardia e da apatia.