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Felipão diz ser "do povo" mas mantém indiferença sobre protestos

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O técnico Luiz Felipe Scolari está indiferente à onda de manifestações da população brasileira – inicialmente contra o aumento das tarifas de transporte. Ele diz que a sua única preocupação é conduzir a Seleção ao título da Copa das Confederações. E só voltará as suas atenções aos protestos caso prejudiquem os seus objetivos no torneio da Fifa.

"No que eu posso interferir? Trabalho em algum setor que possa barrar ou abrir portas para alguém? Outras áreas do País devem manobrar a situação de acordo com o que acharem mais correto. Posso até ver as manifestações e ter opiniões, mas isso não interfere em nada", desconversou o político Felipão.

O técnico não quer que a sua postura desperte revolta nos insatisfeitos. Justamente por isso, tem tentado aproximar um pouco mais a Seleção Brasileira dos torcedores, apesar de valorizar o ambiente fechado. Na segunda-feira, por exemplo, o gaúcho contrariou orientação da Fifa e abriu as portas do Estádio Presidente Vargas para o público cearense tietar jogadores.

"A Seleção é do povo. Nós domos do povo", bradou Felipão, disposto a colaborar com a população somente com diversão dentro de campo. "Estamos dando ao povo aquilo que ele mais quer da Seleção, que é vê-la crescendo, empolgando, realmente representando o Brasil de acordo com os seus anseios. Não temos interferência nenhuma em outras áreas", repetiu.

Nem todos na Seleção agem como Felipão. Pouco antes da entrevista coletiva concedida pelo treinador, o zagueiro David Luiz e o atacante Hulk quebraram a regra de indiferença da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e manifestaram apoio a quem foi às ruas do País para protestar nos últimos dias.

Felipão garantiu que não censura ninguém. "Todos temos personalidade. Meus jogadores têm total liberdade para opinar sobre qualquer assunto, desde que assumam as suas responsabilidades. Não proibimos nada, mas determinadas situações são do interesse do selecionador", ressalvou, indicando ser contrário a polêmicas. Mas logo ponderou: "As opiniões dos nossos atletas são interessantes, pois mostram que a alienação imposta a eles está deixando de existir".

De qualquer forma, Felipão duvida de mudanças significativas através de passeatas como aquelas que David Luiz e Hulk incentivam. "Lá fora, estão falando algumas coisas que podem não ser a realidade total do Brasil. Também vimos muitas manifestações nas Olimpíadas de Londres e nem por isso a Inglaterra acabou ou deixou de ser bem falada", comparou.

Por enquanto, a Seleção Brasileira ainda é mais bem do que mal falada. Tirando a presença de alguns manifestantes diante do hotel que abriga o time de Felipão em Fortaleza, na noite de segunda-feira, o público cearense tem mostrado bastante carinho à equipe. A situação poderá ser outra em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, cidades que receberão semifinal e decisão da Copa das Confederações e concentram um número maior de população insatisfeita.

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