Após meses de indefinição, a McLaren finalmente anunciou sua dupla de pilotos para a temporada 2015: como esperado, Fernando Alonso compõe o grid da escuderia ao lado de Jenson Button, escolhido ante Kevin Magnussen. A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira na fábrica da empresa em Woking, na Inglaterra.
O espanhol retorna à equipe sete anos depois da polêmica saída, enquanto o britânico irá disputar sua sexta temporada pela McLaren. Assim, o time terá dois veteranos com títulos: Alonso em 2005 e 2006 e Button em 2009. O jovem dinamarquês que defendeu a equipe em 2014 será rebaixado à condição de piloto reserva e de testes.
"A política da McLaren sempre foi de reunir a mais forte dupla possível. E com Fernando e Jenson, acreditamos firmemente de que é isso o que temos. Assinamos com Fernando há um tempo, mas decidimos não anunciar o fato até renovarmos com Jenson como seu companheiro. Por diversas razões, as negociações com Jenson levaram um tempo, mas agora, que foram concluídas, estamos confiantes de que nossa colaboração com ele continuará a prosperar no futuro, assim como foi no passado. Posso dizer seguramente que temos agora, por ordem de magnitude, que temos a melhor dupla do grid da F1", disse Ron Dennis, presidente e diretor executivo da McLaren.
“Gostaria de fazer uma homenagem ao Kevin, que fez um grande trabalho nesta temporada e seguirá fazendo parte do time integralmente. Ele será nosso piloto de testes e reserva e continua a ser uma excelente perspectiva para o futuro”, elogiou Dennis.
Alonso retorna após sete anos. Ele deixou a equipe em 2007, quando se envolveu na polêmica de espionagem conhecida como “Spygate”. Agora, terá de reaprender a trabalhar com Dennis. O bicampeão chega para protagonizar o projeto Honda – na próxima temporada, a equipe volta a utilizar os motores da companhia japonesa, parceria que se destacou no fim dos anos 80 e início dos 90 com a dupla Ayrton Senna e Alain Prost.
"É uma das parcerias mais lendárias da história da F1, e eu tenho agora a honra de me juntar a ela. Estou vindo com enorme entusiasmo e determinação, sabendo que pode levar tempo para alcançar os resultados, mas isso não é um problema para mim. Ao logo do último ano, recebi algumas ofertas, algumas delas bem tentadoras, mas há mais de um ano, a McLaren-Honda entrou em contato comigo e me chamou para fazer parte, de uma forma muito ativa, do retorno da parceria, uma parceria que dominou a Fórmula 1 por muito tempo", disse Alonso, que ressaltou a admiração pelo piloto brasileiro.
"Nunca escondi a minha profunda admiração por Ayrton Senna, meu piloto favorito, o meu ídolo na pista, a minha referência. Ainda lembro, quando criança, de ter no meu guarda-roupa os pôster de Ayrton. O kart que o meu pai construiu para minha irmã e para mim me fez me apaixonar por isso. Naquele kart já tinha uma essa lendária parceria da história da F1, McLaren-Honda, o carro que Ayrton pilotou, a mesma parceria que agora eu tenho a honra de me juntar para disputar a próxima temporada da F1", acrescentou.
“A equipe repetiu o desejo aberto, a perseverança e a determinação em tornar possível meu retorno para esta excitante parceria, o que foi um dos fatores mais importantes para eu tomar esta decisão. Farei tudo que for capaz para retribuir a todos e à equipe, baseado em uma fórmula que sempre funcionou comigo: esforço, sacrifício, perseverança e fé”, prometeu o piloto.
Button, por sua vez, precisou esperar mais tempo para saber se correria ou não pela McLaren. Inicialmente, o anuncio do piloto que faria dupla com Alonso estava marcado para antes do GP de Abu Dhabi, no encerramento do campeonato, mas a decisão foi adiada. Na semana passada, houve uma reunião dos diretores da equipe, mas não conseguiram chegar a um consenso.
Parte da McLaren estava mais propensa a manter o Magnussen, que estreou na F1 nesta temporada e chegou ao pódio no GP da Austrália, apostando no potencial do jovem de 22 anos para complementar a experiência de Alonso. Mas a boa segunda metade da temporada de Button – que terminou a temporada 2014 com 126 pontos, mais que o dobro dos 55 do dinamarquês -, foi fundamental para a escolha, além do conhecimento técnico do britânico.
"Estou muito animado em estar embarcando em meu 16º ano na F1 e minha sexta temporada com a McLaren. Estou certo de que McLaren e Honda vão atingir grandes coisas juntas. Também tenho certeza de que, trabalhando junto, todos nós vamos trabalhar muito duro para criar um brilhantemente efetivo time vencedor", afirmou Button.