Preso junto com outros seis dirigentes ligados à Fifa desde o fim de maio, José Maria Marin foi o último detido a ter sua extradição aos Estados Unidos expedida. Após ser interrogado nesta quarta-feira pela Justiça suíça, Marin, que antes se mostrava reticente quanto à ida aos Estados Unidos, concordou em ser julgado em Nova York e agora tem um prazo de dez dias para ser entregue às autoridades norte-americanas.
O pedido de extradição formal, transmitido pelo Departamento de Justiça norte-americano em 1º de julho, demorou para ser analisado, sobretudo, diante da resistência de Marin em ser extraditado. Aos 83 anos, o ex-presidente da CBF até lutou para não ir aos Estados Unidos, entrando com recurso na Justiça suíça diversas vezes para se livrar da prisão em Zurique, alegando más condições de vida em virtude de seus problemas de saúde.
Após ficar detido durante cinco meses e um dia, Marin, acusado de corrupção por se envolver em subornos com relação à venda de direitos de transmissão em contratos da Copa Libertadores e da Copa do Brasil, até tentou negociar a prisão domiciliar por meio de seus advogados. Para isso, precisaria pagar 10 milhões de dólares (cerca de R$ 40 milhões) em uma negociação que colocaria em jogo seu apartamento na Trump Tower, na famosa Quinta Avenida, avaliado em cerca de R$ 8 milhões.
O Departamento Federal de Justiça garantiu que, conforme a lei suíça dita, as autoridades do país terão um prazo de dez dias para entregar José Maria Marin à Justiça norte-americana. Agora, Marin se junta a Jeffrey Webb, Eduardo Li, Rafael Esquivel, Eugenio Figueiredo, Jack Warner e Costas Takkas, que um a um, tiveram a extradição aos Estados Unidos expedidas. Alguns dos indiciados até chegaram a tentar um recurso contra a ação, que ainda segue sob o julgo do Departamento de Justiça suíço.