Palmeiras e Ponte Preta fazem neste domingo, às 16h, no estádio do Parque Antarctica, o último jogo do Campeonato Paulista. O clube alviverde pode até perder por um gol de diferença que será campeão estadual pela 22ª vez na história. Já o alvinegro precisa ganhar por dois gols para levantar a taça pela primeira vez.
Se faturar o Paulistão após 12 anos de jejum – a última vez foi em 1996 -, o Palmeiras vai superar um ‘trauma’ diante de times do interior do estado de São Paulo. Em 1986, perdeu o título no Morumbi para a Internacional de Limeira – derrota por 2 a 1.
O ex-zagueiro Toninho, hoje gerente de futebol, era reserva daquela equipe. “Aquele ano foi parecido com esse. Nas semifinais tiramos o Corinthians, depois de um primeiro jogo ‘roubado’. Esse ano foi assim contra o São Paulo. E depois pegamos a Inter, que tinha um bom time, mas acho que entramos meio dispersos. Uma pena, porque o nosso time era muito bom”, lembrou.
Entretanto, as tragédias contra representantes do interior não param por aí. Em 1978, o Palmeiras sucumbiu diante do Guarani, do promissor atacante Careca, na decisão do Campeonato Brasileiro. Em 1989, estava invicto no Estadual até perder para o Bragantino, de Vanderlei Luxemburgo, por 3 a 0 e ficar fora da final. Um ano depois, empatou por 0 a 0 com a Ferroviária, no Pacaembu, e viu Bragantino e Novorizontino disputarem o título.
Luxemburgo minimizou esse retrospecto negativo. “Isso não tem nada a ver. Eram outros times, outros jogadores, outro momento. Imagina se vou lembrar que o Palmeiras perdeu para a Inter de Limeira em 86”, indagou. “Não há preocupação de ficar preso ao passado.”
Do outro lado, a Ponte sonha repetir o feito da Inter de Limeira e se tornar o segundo clube do interior a ser campeão paulista fora de casa.
“Ser vice não é suficiente, e vamos jogar para que isso não aconteça. Não é a única oportunidade do clube, mas é um momento muito oportuno para a história da Ponte Preta”, declarou o treinador Sérgio Guedes, segundo a Folhapress.
A equipe campineira já foi quatro vezes vice-campeã estadual (1970, 77, 79 e 81) e agora espera colocar em sua sala um troféu expressivo. Para isso montou um time cuja folha salarial não atinge os R$ 300 mil por mês, enquanto o Palmeiras gasta mais de R$ 2,3 milhões com seu departamento de futebol.
Durante a semana, pouco tempo para treinar de um lado, e mistério do outro. A equipe do técnico Luxemburgo foi goleada pelo Sport por 4 a 1, em Recife, na última quarta-feira, e deu adeus à Copa do Brasil. Já a Ponte trabalhou pensando só na decisão, mas Guedes não deu pistas sobre qual time vai colocar em campo.
Palmeiras
Marcos, Élder Granja, Gustavo, Henrique e Leandro; Pierre, Martinez, Diego Souza e Valdivia; Kléber e Alex Mineiro
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Ponte Preta
Aranha, Eduardo Arroz, João Paulo, Deda (Alexandre Black) e Vicente; Bilica, Ricardo Conceição e Renato; Luis Ricardo, Danilo Neco e Leandro (Giuliano)
Técnico: Sérgio Guedes