O diretor executivo de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, negou que a contratação de Rogério Ceni para assumir o comando técnico da equipe tenha sido um ato político da diretoria encabeçada pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
Em abril do ano que vem, os associados do clube definirão o presidente para o próximo triênio. No cargo desde outubro de 2015, Leco, que sempre se manifestou favorável à contratação de Ceni, tentará a reeleição. Oficialmente, ele ainda não tem um concorrente para o pleito.
“Foi uma decisão puramente técnica. Quem tem mais a perder: o São Paulo ou o Rogério? O Rogério, porque ele põe sua imagem em risco se não for bem sucedido”, afirmou Marco Aurélio, em entrevista ao canal Sportv, na tarde desta terça-feira.
De acordo com o dirigente, a decisão de acertar um contrato de dois anos com o maior ídolo da história recente do clube se deu pela confiança na capacidade técnica de Rogério à beira de campo.
“Não há por que imaginar que o Rogério possa garantir uma eleição ao presidente. Eu acho que é um ato bom, dá aval ao presidente, mas não dá a ele um viés político. Foi um conjunto de ações para o São Paulo. Isso é o melhor hoje para o São Paulo, pelo conhecimento, por saber tudo sobre o clube… É o treinador mais próximo para dar certo. Não tem conotação política, não”, explicou.
Marco Aurélio, no entanto, admitiu que Rogério Ceni, por conta de sua idolatria, servirá para fortalecer os bastidores do clube e blindar a diretoria e elenco de críticas tanto externas quanto internas nos eventuais resultados negativos que a equipe vier a ter.
“Ele tem o respaldo, costas largas, o que é fundamental. O Ricardo Gomes, que é meu amigo, já veio com algum grau de contestação. Fez um ótimo trabalho dentro do que lhe restou, porque o São Paulo perdeu inúmeros jogadores no pós-Libertadores. Ele não teve a felicidade de arrumar um time como o Rogério está tendo”, avaliou o diretor.
“O bastidor fica mais respeitado quando alguém pensa: eu vou bater no Ricardo ou no Rogério? É uma pessoa do nosso convívio, que todos viveram a vida toda do lado dele – os últimos 26 anos do Rogério no São Paulo -, fica difícil de você atirar a primeira pedra, então isso dá respaldo ao clube de uma maneira. E dá ao próprio Rogério. Ele chega com muito cacife”, acrescentou.
“Isso ajuda, cria menos polêmicas. Lógico que quando perder um jogo alguém vai dizer que o lateral tinha que ter saído, que o atacante não sei o quê, mas para por aí, já não cria uma avalanche de críticas, instabilizando o treinador. Essa é a grande vantagem que o Rogério vai trazer para o São Paulo”, concluiu Marco Aurélio Cunha.