Desafiar a seleção argentina em Buenos Aires é missão que nenhum time do mundo vê com bons olhos, mas a visita do Brasil ao Monumental de Núñez, às 22 horas (de Brasília) desta quinta-feira, conta com alguns atenuantes. Afinal, a má fase rival e a ausência de suas principais estrelas em tese diminui a dificuldade no clássico. Mas não é este o pensamento do técnico Dunga.
“A Argentina joga em casa, tem outros grandes jogadores dos melhores clubes da Europa. Foi vice-campeã mundial e tem um trabalho de dez anos, com quase os mesmos jogadores na seleção”, exalta o treinador brasileiro, negando qualquer favoritismo do lado canarinho mesmo que Agüero, Messi e Tevez estejam lesionados.
“Nós não tivemos o Neymar nos primeiros jogos (contra Chile e Venezuela), mas nem por isso falamos que o adversário teria vantagem. Quando se trata de seleções não há favoritismo porque falta um ou outro, todos têm reposição”, discursa, vendo o ataque da Argentina bem servido com Lavezzi e Higuaín.
Além das baixas, os hermanos vivem inferno astral nas Eliminatórias. Derrota para o Equador e empate com o Paraguai foram suficientes para que os argentinos passassem a desconfiar do time vice-campeão mundial, que larga atrás da concorrência que busca vaga na Copa do Mundo de 2018. Mas Dunga prefere não considerar o momento como fator decisivo para o clássico.
“Na teoria, podemos falar que é melhor (enfrentar) um time em dificuldade. Mas contra uma grande seleção, que tem jogadores de personalidade, eles tiram algo de dentro de si. A equipe fica mais concentrada, mais atenta, tira orgulho de dentro do coração”, discursa Dunga, preparado para um ambiente hostil em território argentino.
“Há rivalidade, mas o jogador brasileiro sabe jogar futebol, então temos que estar concentrados mesmo sabendo que há a pressão da torcida”, cobra o ex-volante, que nunca foi de se intimidar dentro em campo. “Antes era uma guerra, hoje os jogadores convivem, mantém relacionamento nos clubes. Eles vão jogar duro, mas nós queremos ganhar da Argentina”.