Relatório gerencial do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta que as obras da Arena Pantanal em Cuiabá correm risco de não serem concluídas até dezembro, último prazo estipulado pela Fifa. O documento destaca 23 itens importantes com alto índice de atraso e comprometimento da entrega. Na avaliação do relator, conselheiro Antônio Joaquim Moraes, caso o governo do Estado não adote medidas enérgicas urgentes para garantir uma aceleração expressiva dos trabalhos é impossível terminar a obra. Membros da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados vistoriaram o local na manhã de ontem e também se mostraram preocupados e descontentes com a situação.
Elaborado por quatro auditores da Secretaria de Controle Externo de Obras e Serviços de Engenharia do TCE, este é o último relatório da Arena realizado pelo órgão e traz as informações coletadas in loco até o dia 18 de setembro. Foram avaliados os 3 contratos responsáveis pelas atividades, totalizando o investimento de quase R$ 538 milhões. Dentre os itens observados estão o gramado, as estruturas metálicas, o piso externo, a iluminação e, estrutura de Tecnologia de Informação, entre outros, considerados de maior impacto para o cumprimento do prazo contratual.
O documento considerou a impossibilidade da conclusão até o dia 31 de outubro, quando encerraria o prazo determinado após a última prorrogação do cronograma. A segunda análise considerou a data fim determinada pela Fifa, a menos de 90 dias.
“Está completamente descartada qualquer possibilidade de conclusão das obras até o final do mês. Quanto a dezembro, ainda é tecnicamente possível executar os contratos, desde que exista uma providência para acelerar significativamente o andamento dos trabalhos. Caso contrário, as obras não terminarão dentro da data determinada”, o conselheiro.
Antônio Joaquim frisou que desde o primeiro relatório realizado pelo TCE o governo é alertado sobre o atraso. “Acredito que algumas medidas foram tomadas. Mas é certo que não foram suficientes e agora chegamos em um ponto crítico e a situação da Arena é preocupante. Se eu fosse o governador, colocaria um grupo no local dia e noite para acompanhar essas obras. Porém, o TCE não está aqui para orientar sobre como o gestor deve proceder e sim apontar o que ainda pode ser feito”.
Dos 1,8 mil itens vistoriados, os auditores destacaram preocupação com 23, como gramado, cobertura metálica, parte elétrica, cadeiras, piso externo, iluminação e parte relacionada à tecnologia da informação. Os elementos são citados como os mais caros, mais atrasados, com possibilidade de comprometimento de outras estruturas e de valor elevado. Exemplificam que o atraso na colocação da estrutura metálica reflete em outros serviços que ainda não podem ser realizados. O gramado não está entre os itens mais caros, mas precisa de um tempo de cultivo para atender as especificações técnicas.
PRAZOS – Apesar das avaliações negativas, o prazo de finalização da obra para dezembro foi mantido. Silval anunciou que a data de inauguração será 6 de janeiro e o objetivo é realizar 4 eventos-teste na Arena Pantanal.
Nos próximos dias 6 e 7 haverá uma nova visita da Fifa à Arena Pantanal. O governo estadual garante a estrutura para o maior evento esportivo do mundo e a qualidade do projeto e Silval afirmou que o estádio mato-grossense será um legado para a população.
Quanto ao relatório apresentado pelo TCE, a Secopa afirma que há 2 meses adota medidas de aceleração e afirma que as obras apresentaram um desenvolvimento mais célere.