Mineirão cheio em uma noite agradável em Belo Horizonte, cenário ideal para o jogo entre Cruzeiro e Botafogo, confronto do líder contra o vice-líder do Brasileiro. Dentro de campo, as duas equipes protagonizaram um duelo digno das tradições de mineiros e cariocas, melhor para a Raposa, que venceu por 3 a 0, disparando na ponta da competição nacional, com direito a pênalti perdido por Seedorf.
O primeiro gol do jogo foi uma verdadeira pintura com a assinatura do volante Nilton, que apareceu como elemento surpresa, por trás da marcação do Botafogo, para completar escanteio com um toque de chaleira. No segundo tempo, Júlio Baptista, em cobrança de pênalti, e depois em chute no canto esquerdo, fechou o marcador. O triunfo fez o Cruzeiro abrir sete pontos de frente em cima do próprio Botafogo, em um jogo que chegou a ser apontado como uma decisão antecipada do Brasileiro.
Na sequência do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro terá compromisso contra o Corinthians, jogo marcado para domingo, no Pacaembu. Já o Botafogo joga no mesmo dia, o time carioca, porém, vai receber o Bahia, partida marcada para o estádio Maracanã.
O jogo – A tensão de ambos os lados marcou o inicio do duelo entre os dois melhores times do Campeonato Brasileiro. Diferentemente do que costuma fazer contra os adversários, quando o joga em casa, o Cruzeiro não agrediu os visitantes com muita intensidade, mesmo assim, foi a Raposa que chegou com mais perigo nos primeiros minutos.
Aos poucos, o time mineiro conseguiu controlar a partida, com mais volume ofensivo, obrigando o Botafogo a recuar a marcação. Com isso, a equipe carioca passou a apostar nas jogadas de bola parada e nos contra-ataques. O grande problema dos botafoguenses foi a saída do campo defesa, que encontrou uma barreira formada pela primeira de linha de marcadores celestes.
No duelo entre Seedorf e Everton Ribeiro, brilhou primeiro a estrela do cruzeirense, que quase marcou de cabeça, aproveitando cruzamento de Ceará pela direita. Apoiado pela torcida, que compareceu em grande número no Mineirão, o Cruzeiro foi intensificando a pressão, como o Botafogo é uma equipe que tem vocação ofensiva, começou a sair um pouco mais para o ataque, deixando o jogo aberto e disputado em grande nível.
Depois de uma blitz do time da casa, foi a vez dos cariocas darem uma resposta com Elias, que trocou passes com o uruguaio Lodeiro e finalizou cruzado, para ótima defesa do goleiro Fábio. Como o gol celeste não saiu no início, o time de Marcelo Oliveira diminuiu o ritmo, deixando o confronto mais equilibrado.
A Raposa teve excelente oportunidade de marcar aos 26, quando Ricardo Goulart chegou um pouco atrasado para complementar cruzamento da esquerda. O primeiro tempo transcorreu com o Cruzeiro tentando chegar ao gol a qualquer custo, imprimindo velocidade, contra um Botafogo, que procurou cadenciar o jogo, sem acelerar muito.
Quando parecia que as duas equipes iriam para o vestiário com a igualdade no placar, o volante Nilton surgiu como elemento surpresa, para completar cobrança de escanteio pela esquerda, com um belíssimo toque de chaleira, para enlouquecer a torcida celeste no Gigante da Pampulha. No intervalo, o jogador ficou bastante emocionado e não conseguiu comentar o gol anotado aos 46 minutos.
Em prejuízo no placar, o Botafogo decidiu partir com tudo para cima dos donos da casa, tomando a iniciativa na etapa final. O problema é que os cariocas deixaram espaços para os celestes, o que gerou uma partida movimentada e mais equilibrada para o público que decidiu prestigiar o bom duelo na capital mineira.
A vida do Botafogo parecia que ia melhorar aos sete minutos, quando o zagueiro Bruno Rodrigo acertou um pontapé em Rafael Marques dentro da área, o árbitro Luiz Flávio de Oliveira não titubeou e marcou pênalti. O holandês Seedorf foi para a cobrança e deslocou o goleiro Fábio, mas errou o alvo, chutando para fora, desperdiçando a chance dos visitantes.
O pênalti perdido não desanimou o time de Oswaldo Oliveira, que passou a ter mais posse de bola, ameaçando o Cruzeiro, que ainda chegou em algumas oportunidades. Aos 34, brilhou a estrela do meia-atacante Everton Ribeiro, que entrou na área driblando e foi derrubado, pênalti para os celestes.
Na cobrança, Júlio Baptista acertou o canto esquerdo de Jéfferson, que ainda encostou na bola, mas não conseguiu evitar o gol. Já batido no jogo, o Botafogo diminuiu o ritmo e assistiu ao terceiro gol da Raposa, também anotado por Júlio Baptista, que recebeu assistência de Dagoberto e mandou a bomba para fechar o placar no Mineirão.