Cruzeiro e Grêmio prometem fazer nesta quarta-feira um dos jogos mais emocionantes da reta final do Campeonato Brasileiro. Tanto o time mineiro, em terceiro, como o gaúcho, líder, postulam ao título, e o confronto direto, às 21h50 (de Brasília), deve ser decisivo. À Raposa, somente a vitória interessa para diminuir a diferença imposta. Para o Tricolor, um empate é útil por segurar o adversário na ponta, mas o ideal é vencer e evitar a aproximação também de São Paulo, Palmeiras e Flamengo.
O Cruzeiro tem como principal marca em sua boa campanha a leveza, a velocidade e o bom toque de bola. O Grêmio, por outro lado, vem obtendo sucesso com um futebol de força, sobretudo com excelente marcação. Times que jogam com tal estilo têm complicado os celestes, que deixam escapar a preocupação com a próxima partida.
“É complicado quando o time adversário não sai para o jogo. Além de três zagueiros, eles escalam dois volantes fixos que não atacam e só ficam defendendo. Então fica cinco contra quatro e nosso jogo fica mais difícil”, admite o volante Ramires, que vem jogando de maneira mais solta, sem tanta responsabilidade defensiva.
O técnico Adilson Batista deve preparar seu meio-campo imaginando com qual formação jogará o Grêmio. Sem Fabrício, Elicarlos e Henrique, o treinador cruzeirense não tem volantes de ofício disponíveis e deve ter de alterar seu estilo de jogo. O meia e lateral Fernandinho é um nome forte para a posição, assim como o zagueiro Thiago Martinelli, que tem bom passe.
Em desvantagem numérica na corrida pelo título, o Cruzeiro precisará de muita calma para atingir seus objetivos, a começar pela partida contra o Grêmio. “Temos que colocar a bola no chão. Com essa qualidade a gente pode fazer os gols que serão necessários para vencer. Eles marcam muito e nós temos jogadores velozes, que sempre jogam com a bola em velocidade pelos lados”, acredita o armador Wagner, principal criador de jogadas da equipe.
O time do Grêmio atingiu seu limite técnico. Para que isso não acarrete na perda do título brasileiro, o técnico Celso Roth buscará até a última rodada da competição fatos novos para escalar a equipe e superar os adversários.
A inovação para pegar o Cruzeiro é o esquema 3-6-1. A intenção é dar mais consistência e experiência ao time. Um empate no Mineirão é considerado um bom resultado para os tricolores, pois manteria os mineiros a uma distância confortável na tabela. O modo como o sexteto de meio-campo será montado está indefinido.
Os volantes serão William Magrão e Rafael Carioca. Tcheco será um dos articuladores. O outro meia e os alas são pontos de interrogações. Pelo lado esquerdo, Hélder pode retomar a titularidade, mas como Roth quer deixar a equipe mais madura, Souza seria a primeira opção. Porém, o ex-são-paulino pode atuar na meia e deixar o garoto Douglas Costa ocupar o setor. Na partida diante do Sport, Douglas teve a incumbência de marcar o lateral-esquerdo adversário e por isso seu deslocamento para o setor não está descartado.
Na ala-direita, a dúvida é entre o jovem Felipe Mattioni e o experiente Paulo Sérgio. Isolado no ataque estará Reinaldo. Ao lado de Perea, ele é o artilheiro gremista no Brasileirão com oito gols, mesmo tendo disputado menos jogos que o colombiano.
“Esse jogo é muito importante para nós. É um concorrente direto pelo título. Temos que ter muita atenção no jogo. Viemos aqui para vencer”, afirmou o volante Willian Magrão.
O Grêmio tentará quebrar a seqüência de maus resultados longe da torcida. Nesse segundo turno, o time, quando joga longe do Olímpico, está brigado com a vitória. Se a campanha fora de casa na segunda metade do campeonato não anima, o retrospecto diante do Cruzeiro em Minas também não é promissor. O Tricolor não bate a Raposa como visitante há dez anos. O último triunfo foi em 1998 com o mesmo Celso Roth no comando da equipe.