O Corinthians encerrou a sua participação na fase de grupos do Campeonato Paulista com uma vitória por 2 a 0 sobe o Botafogo-SP, com um gol de cabeça do zagueiro Henrique e outro de cobertura do volante Gabriel, na tarde deste domingo, em Ribeirão Preto. O resultado deixou o time de Fábio Carille na segunda posição geral do Estadual.
Com 23 pontos ganhos, na liderança do grupo A, o Corinthians só teve campanha inferior à do rival Palmeiras, que somou 26 no C. O Botafogo-SP computou 16 na chave D e também se classificou à etapa de mata-mata.
O adversário do Corinthians nas quartas de final será o Bragantino, que somou os mesmos 17 pontos do Ituano, mas computou um gol de saldo a mais. O primeiro jogo será disputado possivelmente no Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, com a volta marcada para Itaquera.
Já o Botafogo-SP terá outro grande clube alvinegro pela frente. Jogará contra o Santos, primeiro como mandante e depois visitante, na expectativa de surpreender e alcançar as semifinais.
Antes de se preocupar com a sequência do Campeonato Paulista, contudo, o Corinthians voltará as suas atenções à Copa Libertadores da América. Na noite de quarta-feira, receberá o Deportivo Lara, da Venezuela, na Zona Leste de São Paulo.
O jogo – Vestido com o seu terceiro uniforme, escuro, sob o calor de Ribeirão Preto, o Corinthians precisou de poucos minutos para demonstrar que estava incomodado com o clima. O time de Fábio Carille só rodava a bola de um lado a outro da sua defesa, sem esboçar qualquer investida, no princípio da partida.
Com a marcação bem postada, o Botafogo-SP também não tinha tanto ímpeto para atacar. Quando o fazia, apostava no lado direito do gramado, onde havia sombra, mas não chegava a dar trabalho para o goleiro Cássio.
No caso do Corinthians, existia uma dificuldade a mais. Já sem contar com Fagner e Clayson, suspensos, Fábio Carille concedeu descanso aos armadores Jadson e Rodriguinho, o que deixou a sua equipe pouco criativa, além de desentrosada. Emerson Sheik e Mateus Vital tentaram compensar os problemas com disposição pelo meio, o que era insuficiente.
Após o árbitro Flávio Rodrigues Souza interromper as ações para que os atletas se hidratassem e a sombra passar a cobrir uma parte maior do gramado, o nível do jogo melhorou um pouco. Pelo Botafogo-SP, Lucas Taylor fez um cruzamento da direita que acabou interceptado por Cássio. Do lado do Corinthians, uma cobrança de falta da meia-lua fez os torcedores mais saudosistas se lembrarem de Marcelinho Carioca na final do Campeonato Paulista de 1995, também no Santa Cruz, contra o Palmeiras. Lucca, porém, parou no goleiro Tiago Cardoso.
No segundo tempo, o Corinthians do presente enfim animou a sua torcida. Logo aos quatro minutos, Henrique fez um desarme na defesa e partiu para o ataque. Mantuan apareceu bem pela direita e passou a bola para Maycon, que enfiou para Romero. O paraguaio limpou Dodô dentro da área e cruzou na cabeça do zagueiro, premiado com o gol por acreditar na jogada que iniciou.
O gol do Corinthians inflamou o Botafogo-SP, que se lançou ao campo de ataque. Carille resolveu entrar em ação. Aos 16 minutos, o técnico trocou Lucca, que havia acabado de desperdiçar uma oportunidade de gol ao concluir de canela, pelo veterano Danilo, ovacionado pelo público corintiano.
Pelo Botafogo-SP, o técnico Léo Condé sacou Lucas Taylor e Dodô para as entradas de Wesley e Lelê. O seu time continuou mais interessado na partida, oferecendo espaços para o Corinthians contra-atacar. Carille, então, investiu na velocidade de Pedrinho na vaga de Romero – assim como os seus companheiros, o paraguaio estampava uma mensagem contra a homofobia no uniforme, mas voltou a ser insultado por sua nacionalidade ao deixar o gramado.
A resposta do Corinthians foi dentro de campo. Aos 39 minutos, logo depois de o inglês naturalizado turco Kazim substituir Emerson Sheik, Pedrinho fez um lançamento longo e impecável para Gabriel. O volante dominou a bola e concluiu por cima de Tiago Cardoso, com categoria, para anotar um belo gol e fechar a contagem no Santa Cruz.
Ainda houve tempo para o árbitro mostrar o primeiro cartão da partida. E logo um vermelho. Nos acréscimos, com os corintianos já gritando “olé”, Lelê foi expulso por reclamação.