O Santos justificou os preços dos ingressos (os mais baratos custavam R$ 80) para o clássico contra o Corinthians. Com um futebol digno de circo, conforme definiu o presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, a equipe do litoral paulista venceu o maior rival por 2 a 1 na tarde deste domingo, na Vila Belmiro.
Mesmo sem contar com o astro Robinho, convocado para defender a seleção brasileira, o Santos pressionou o Corinthians desde o início do clássico. Neymar perdeu um pênalti (sem “paradinha” desta vez), mas abriu o placar no primeiro tempo. André ampliou na etapa complementar, e Dentinho descontou.
O experiente time do Corinthians ainda demonstrou muito nervosismo na partida. Revoltado com o árbitro José Henrique de Carvalho, o técnico Mano Menezes perdeu dois jogadores expulsos: o lateral direito Moacir e o esquerdo Roberto Carlos, que já havia recebido cartão vermelho no clássico contra o Palmeiras.
Com a vitória, o Santos aumentou a sua vantagem na liderança do Campeonato Paulista. Soma agora 28 pontos, contra 24 do segundo colocado Santo André. O Corinthians tem 19 e deixou o G-4. Na quinta-feira, o time da Baixada visitará o Paulista em Jundiaí, enquanto o da capital receberá o Botafogo-SP no Pacaembu.
O jogo – A bola ainda nem havia deixado o meio-campo, com menos de um minuto de partida, e a torcida do Corinthians já tinha uma preocupação no clássico contra o Santos. O atacante Ronaldo ficou caído em campo, com expressão de dor, após se chocar com o meia Paulo Henrique Ganso.
Ronaldo saiu de maca e voltou ao gramado a tempo de assistir ao primeiro lance de perigo do confronto. Aos 3 minutos, Ganso fez ótima assistência para Neymar invadir a área livre de marcação. Em tarde inspirada, o goleiro corintiano Felipe venceu o primeiro embate com o atacante santista e ficou com a bola.
Neymar teria outra chance para abrir o placar logo em seguida. Dois minutos depois, Marquinhos foi derrubado dentro da área do Corinthians. Pênalti. Diferentemente do que ocorreu no clássico contra o São Paulo, no entanto, quem fez “paradinha” foi o goleiro. Felipe esperou e defendeu a cobrança de Neymar.
O Santos demonstrou uma leve instabilidade após desperdiçar o pênalti. Não o suficiente para perder o domínio da partida. Acuado no campo de defesa, o Corinthians tinha dificuldade para atacar. A estratégia de dar velocidade ao time com a entrada de Dentinho não surtia efeito nos primeiros minutos.
Se não conseguia correr com a bola nos pés, Dentinho encontrou outra maneira de assustar a defesa do Santos. Como centroavante. Aos 24 minutos, o atacante recebeu bom lançamento de Ronaldo, ajeitou a bola com categoria e deu uma bicicleta dentro da área. O goleiro santista Felipe espalmou.
Quando o Corinthians começava a se organizar, principalmente com chutes de longa distância de Roberto Carlos e jogadas de bola parada de Tcheco, o Santos marcou o gol. Aos 33, Neymar recebeu a bola de Marquinhos, girou à frente de Alessandro e chutou no canto, para finalmente deixar Felipe sem reação.
O Santos voltou a mostrar ímpeto ofensivo depois de ficar à frente do marcador. Tanto é que o técnico Mano Menezes, bastante nervoso à beira do gramado, mandou Jucilei fazer aquecimento no final do primeiro tempo. O volante substituiu Ralf no intervalo, e Moacir entrou no lugar de Alessandro.
Ainda incomodado pela rapidez do Santos, o Corinthians passou a cometer muitas faltas no início do segundo tempo e voltou a sua ira contra o árbitro José Henrique de Carvalho. Chegou ao ataque vez ou outra. Em uma das investidas do rival, Pará se machucou e acabou substituído por Germano.
O Santos rapidamente conteve as esperanças do Corinthians. Aos 14 minutos, Marquinhos deu um passe de trivela para Neymar, que dominou a bola no peito e rolou para André ampliar o marcador. Com dois gols à frente, a torcida do time da casa esboçou gritos de “olé” e começou a provocar os corintianos.
O Corinthians procurou não se abater. Aos 23, Ronaldo carregou a bola pela ponta esquerda e cruzou para Dentinho, que desviou na trave, levantou-se rapidamente e ficou com o rebote para descontar: 2 a 1. O time de Mano Menezes correu para recomeçar a partida logo, mas não esperava perder dois jogadores.
Quase em sequência, os laterais Moacir e Roberto Carlos receberam um cartão amarelo e um vermelho cada. Em desvantagem numérica, o Corinthians perdeu a organização tática que lhe restava. O Santos trocou Roberto Brum por Madson na tentativa de aproveitar, mas preferiu fazer mais malabarismo no final do clássico.
O Santos quase foi punido pela falta de objetividade na Vila Belmiro. Aos 40, Ronaldo acionou Dentinho na ponta direita. O cruzamento para a área foi preciso e passou pelo goleiro Felipe. Tcheco, livre de marcação, cabeceou no travessão. Foi a última oportunidade clara que o Corinthians teve para empatar.