Com oito desfalques, a maior parte dele na frente, o Corinthians fez de tudo para criar. Tite buscou uma substituição, trocou as peças de lugar várias vezes, botou até o beque Paulo André no ataque e não conseguiu fazer a equipe superar o Náutico, de longe o pior time do Campeonato Brasileiro, no Estádio do Pacaembu.
Ao empatar por 0 a 0 e dar apenas o nono ponto na competição ao time pernambucano, o atual campeão mundial ficou com 30 e viu a distância para o líder Cruzeiro, ao fim do primeiro turno, chegar a dez pontos. Parece muito mais realista que a formação do Parque São Jorge brigue apenas por uma vaga na Copa Libertadores.
O Corinthians buscou o gol de maneira metódica no primeiro tempo e ficou com a bola, mas não chegou a armar lances de maior perigo. Na etapa final, viu o desespero aumentar a cada minuto e apelou até para um zagueiro de centroavante. Houve uma bola no travessão e pressão, mas o gol não saiu.
Posse de bola estéril
O Corinthians teve maior volume de bola no primeiro tempo, mas não conseguiu criar oportunidades de gol. A equipe alvinegra encontrou bastante dificuldade na armação diante de um Náutico retrancado, bloqueando as principais alternativa dos donos da casa.
Elicarlos fazia marcação individual em Danilo, que sempre sofre com esse tipo de cerco quando tem que centralizar a armação. Helder evitava a chegada de Edenílson, pela direita do ataque alvinegro. E Derley ajudava a congestionar o lado esquerdo, por onde a equipe do Parque São Jorge procurava avançar.
Para balançar a marcação, Tite foi bem ao passar Léo para o lado direito, puxando Ibson para a esquerda. Romarinho também trocou de posição com Danilo, que virou centroavante na tentativa de reter a bola e fazer o papel de pivô. Léo fez boas jogadas, mas o Corinthians pouco conseguiu até o intervalo. O goleiro Gideão só teve de trabalhar em chute desviado de Edenílson e em jogadas pelo alto.
Desespero
Em nova tentativa de desestabilizar a boa marcação, Tite abriu Romarinho na esquerda, centralizando Ibson. Danilo voltou melhor dos vestiários e começou a tramar melhores jogadas com Romarinho. Em uma, o atacante finalizou de pé esquerdo. Na outra, sofreu falta e bateu com perigo.
O Náutico, com Hugo no lugar do contundido Rogério desde o intervalo, manteve sua estratégia. Os atacantes atuavam bem abertos, na tentativa de impedir a subida dos laterais alvinegros. Aos 12 minutos, Léo, que havia caído na etapa final, foi substituído por outro garoto, Paulo Victor.
Mais veloz, Paulo Victor logo incomodou o lento Leandro Amaro após lançamento longo e serviu Edenílson, que obrigou Gideão a trabalhar. Pouco depois, Paulo André subiu sozinho após batida de escanteio de Romarinho e perdeu boa oportunidade de cabeça.
Foi necessário um lance de maior perigo, uma bonita virada de Paulo André após passe de Ibson, para a Fiel acordar. Vendo um bom caminho pela direita, Tite colocou Edenílson na lateral para trabalhar com Romarinho – a essa altura, Paulo Victor já estava na esquerda -, deslocando Alessandro para o meio.
O tempo foi passando, o desespero aumentou, e Tite tentou a última cartada com Paulo André de centroavante. O Corinthians pressionou bastante, acertou o travessão em chute de Ibson, levou sustos porque abriu completamente a retaguarda e não conseguiu tirar o zero do placar.