Depois de uma série de duas derrotas e uma vitória importante – porém chocha-, em Cali, o Corinthians voltou a empolgar a torcida neste domingo no interior paulista. Mesmo desfalcado de três titulares (Tevez, Ricardinho e Marcelo Mattos), o time de Antônio Lopes mostrou que pode competir tranqüilamente com o São Paulo para ver quem está fazendo as mais bonitas atuações do Paulistão. Enquanto Rolling Stones e U2 disputam os holofotes dos fãs de música no Brasil, Timão e Tricolor terminaram a décima rodada empatados com 27 gols marcados, os dois ataques mais positivos da competição.
O Timão venceu o Mogi Mirim por 5 a 1 e chegou a 18 pontos, dois a menos do que o São Paulo e quatro a menos do que o líder Noroeste. Nilmar marcou quatro gols e continua isolado na artilharia com um total de 11. A atuação fantástica do atacante levou a torcida alvinegra a exigir a sua convocação para a Copa do Mundo.
A reestréia de Roger como titular também encheu os olhos da torcida. Mesmo sem ritmo ele coordenou o time e deu passes geniais. Um deles, de calcanhar, para gol de Rafael Moura. Renato (ex-Atlético-MG) também deixou ótima impressão.
O Mogi Mirim se esforçou, mas, para tristeza da torcida local, o novo trabalho do técnico Círio Quadros não foi suficiente para tirar o time da zona de rebaixamento, com oito pontos ganhos.
O Corinthians volta a jogar na quarta-feira, no Pacaembu, contra a Universidad Católica, no primeiro contato direto da torcida com a edição 2006 da Copa Libertadores. No sábado de Carnaval, o Timão enfrenta o Santo André. No mesmo dia, o Mogi Mirim recebe o Juventus no estádio João Paulo II.
O jogo
Diante de um adversário mais fraco tecnicamente, o Corinthians entrou diferente dos últimos jogos. Mesmo com um time misto, a equipe da capital foi envolvente logo nos primeiros minutos.
Até Gustavo Nery voltou a ser ótima opção ofensiva, como há rodadas não acontecia. O primeiro lance de perigo surgiu dos pés de Roger, que chutou no ângulo quando todos esperavam um cruzamento. O goleiro Edervam estava atento.
Rafael Moura vinha escorando bem a bola para bonitas tabelas. Nilmar fez duas jogadas espetaculares. Na primeira delas, o cruzamento foi curto para Roger. Na segunda, a zaga conseguiu impedir um golaço. Mesmo assim, havia muitos guardados no estoque do camisa 9.
Depois que o cronômetro atingiu os 10 minutos, a pressão corintiana se tornou arrebatadora. Renato, que demorou até corrigir a marcação, logo se entendeu com Roger e participou bem ofensivamente.
Aos 20 minutos, Gustavo Nery puxou contra-ataque rápido e lançou com precisão. Nilmar, com um velocidade impressionante e uma ginga de corpo, fez um gol muito bonito por cima do goleiro Edervam.
No Mogi, Anderson foi substituído por Marquinhos Alagoano. Bruno Octávio sentiu contusão e deu lugar a Wendel. Aos 40 minutos, o Corinthians ampliou o placar.
Novamente, o gol foi uma pintura. Roger abriu a defesa com um toque magistral de calcanhar para Rafael Moura. O atacante penetrou na área, passou o pé em cima da bola e chutou no canto: 2 a 0.
Os minutos finais do primeiro tempo foram de Nilmar. O jogador fez outros dois gols, fazendo a torcida pedir um presente especial para Carlos Alberto Parreira: “Ão, ão, ão, Nilmar é seleção”, gritaram.
Aos 42 minutos, Coelho foi à linha de fundo para Nilmar completar, sem goleiro. O seu terceiro gol no jogo, o décimo no campeonato, foi inacreditável. Roger cobrou a falta rapidamente nas costas da defesa. O camisa 9 bateu de primeira, por cobertura, deixando o goleiro Edervam congelado, sem nada entender.
Após o intervalo, o Corinthians diminuiu o ritmo e administrou a vantagem. A torcida queria mais, mas os jogadores se pouparam. Roger estava visivelmente cansado, mas ainda dava bons passes e era importante para a equipe.
Isso ficou claro aos 19 minutos, quando, em lançamento fantástico, ele colocou Nilmar, em velocidade, novamente na cara do gol. O atacante mostrou que pretende confundir Carlos Alberto Parreira e não vacilou: 5 a 0.
Aos 22, Dinei diminuiu com um chute forte no ângulo e alegrou a irritada torcida do Mogi Mirim. Sentindo que o cansaço estava deixando sua defesa exposta, Antônio Lopes trocou Renato por Xavier. O estreante saiu de campo aplaudido. Roger se arrastou até os 40 minutos, quando deu lugar a Élton. A vitória estava garantida.