Na madrugada de sexta-feira, a Gaviões da Fiel desfilou no Sambódromo. Para não ficar atrás da torcida, o Timão fez o mesmo neste sábado à tarde. Só que no gramado do Pacaembu. Mesmo sem Carlitos Tevez, principal astro da constelação “galáctica” corintiana, o Timão fez sua lição de casa e colocou o Santo André para sambar neste sábado de Carnaval. Nilmar, artilheiro máximo do Paulistão, marcou dois, Rafael Moura, o vice, fez um e Carlos Alberto, seu substituto, encerrou o desfile corintiano para alegria da Fiel no feriado prolongado.
O resultado de 4 a 1 (Rafinha descontou) levou o Corinthians a 21 pontos e recolocou a equipe na 5ª posição da tabela de classificação, que desde a noite de sexta-feira pertencia ao São Caetano. O Santo André estacionou nos 12 pontos e se aproximou ainda mais da zona de rebaixamento do Paulistão.
Na próxima quinta-feira, o Timão vai a Itu encarar o Ituano no estádio Novelli Júnior, sem Rafael Moura e Coelho, suspensos. Já o Santo André, na quarta-feira de cinzas, abrirá as portas do Bruno José Daniel para receber o ameaçado Bragantino. As duas partidas têm início marcado para as 20h30.
O jogo: O Corinthians começou a partida sentindo a falta de Carlitos Tevez e aprisionado na forte marcação armada por Roberto Fernandes, ameaçado de perder o cargo no comando do Santo André. Apesar de criar a primeira boa chance do jogo aos dez minutos após boa trama de Rafael Moura e Nilmar, que acabou na conclusão errada de Ricardinho, a equipe não apresentava bom futebol.
Wescley não passava segurança ao time e sofria com a habilidade de Rafinha e a velocidade de Hernanes, responsáveis pela armação das melhores jogadas da equipe do ABC. Pará, Roncatto e Hernanes assustaram o goleiro Marcelo e irritaram a Fiel, que chegou a vaiar o Timão aos 32 minutos, após saída errada de bola de Rosinei.
As vaias acordaram o Timão, que resolveu jogar futebol. Comandado por Nilmar, em tarde inspiradíssima, a equipe do Parque São Jorge precisou de apenas dois minutos para definir o placar. Aos 37, após cobrança de escanteio de Ricardinho, Marcelo Mattos desviou de cabeça e Nilmar, embaixo da trave, só cutucou para isolar-se ainda mais na artilharia do Paulistão, com 12 gols. Na seqüência, Rafael Moura roubou a bola no meio-campo e rompeu rumo à área como um tanque de guerra, arriscando o chute e levando novamente a Fiel à loucura: 2 a 0 Timão e vice-liderança na artilharia, com sete gols.
Desfile alvinegro: O Timão voltou para a etapa final com Marinho na zaga em lugar de Wescley, que teria sentido dores musculares na coxa. Sem Wescley, coube a Coelho fazer a primeira lambança. Aos cinco minutos, o lateral se enroscou com Rafinha dentro da área. Pênalti e cartão vermelho para o lateral. Na cobrança, o estreante Hernanes diminuiu: 2 a 1. Logo na seqüência, Roncatto invadiu a área e só não empatou graças ao bom posicionamento do goleiro Marcelo. O troco corintiano veio com bola na rede. Rosinei avançou pela direita e tocou para Marcelo Mattos. O toque do camisa cinco foi perfeito para Nilmar, que serviu Rafael Moura, mas o “He-Man” estava impedido, invalidando seu segundo gol na partida.
Mesmo com dez jogadores, o Corinthians seguiu comandando as ações no jogo e desperdiçando boas chances. A zaga melhorou e os sustos diminuíram. Aos 26 minutos, Marcelo Mattos foi lançado na área e dividiu com o goleiro. A Fiel pediu pênalti, mas a arbitragem mandou seguir e impugnou a seqüência do lance, marcando impedimento duvidoso de Rosinei. Logo na seqüência, após a torcida xingar Lopes de burro pela troca de Rosinei por Renato, o Timão matou o jogo. Nilmar, o mestre-sala corintiano nesta tarde, recebeu na área e tocou com categoria, por cima do goleiro Júlio César, fazendo seu 13º gol no Paulistão: 3 a 1.
A Fiel ainda teve tempo de assistir a uma tabela cinematográfica entre Gustavo Nery e Ricardinho, mas a bola chutada pelo camisa quatro bateu caprichosamente na trave. No lance seguinte, Carlos Alberto, que acabara de substituir Rafael Moura, foi derrubado na área. Pênalti, que o próprio meia bateu e conferiu: 4 a 1 e fim do desfile. Carnaval garantido nas arquibancadas do Pacaembu, que deixou o estádio aos gritos de ‘olé’.