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Corinthians faz 2 a 1 no Santos e abre vantagem na primeira final

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O Corinthians dominou o Santos a primeira final do Campeonato Paulista do início ao fim, mas não abriu larga vantagem. Conseguiu a vitória por 2 a 1 que dá a oportunidade de celebrar o título na Vila Belmiro, no próximo domingo, com um empate. Triunfo por um gol de diferença do rival levará a decisão para os pênaltis, enquanto placar mais dilatado garante o inédito tetracampeonato estadual.

O resultado, contudo, dá confiança aos comandados de Tite, que entrarão em campo na quarta-feira, novamente no Pacaembu, com a missão de se manter na disputa pelo bicampeonato na Copa Libertadores da América. A equipe precisará reverter a derrota por 1 a 0 para o Boca Juniors, na Argentina, para não ser eliminado nas oitavas de final da competição continental.

Já o Santos perdeu uma invencibilidade que já durava 16 partidas. Mas terá uma semana sem compromissos para pensar só no reencontro com o Corinthians – no dia 22, atuará na Vila Belmiro diante do Joinville, pela segunda fase da Copa do Brasil, precisando de um empate para se classificar.

O jogo -A torcida do Corinthians gritava de forma provocativa, minutos antes de a decisão do Campeonato Paulista começar: “É 7 a 1!”. Dentro de campo, o desempenho do time mandante no primeiro tempo realmente dignificou aquela famosa goleada de 2005, no mesmo Pacaembu.

Desde os primeiros minutos, apenas o Corinthians atacou. O Santos pisou no gramado depois de uma longa demora (e apressado pelo árbitro Wilson Luiz Seneme), apenas às 15h59, e também se atrasou em quase todas as divididas de bola. Uma de suas poucas finalizações na etapa inicial ocorreu em cobrança de falta de Marcos Assunção – que parou bem longe da meta.

A presença do veterano meio-campista era justamente uma aposta de Muricy Ramalho para tornar o Santos mais ofensivo. Segundo o técnico, o time estava “correndo muito e jogando pouca bola para os seus padrões”. Se a estratégia era deixar os visitantes mais lentos com Marcos Assunção, funcionou.

Incrivelmente mais rápido, o Corinthians criou seguidas oportunidades para abrir o placar. Tirou de sua frente os marcadores adversários – e até uma pipa, que havia caído na área do Santos – para cobrar diversos escanteios. Em um deles, aos 17 minutos, Paulinho cabeceou com estilo, sem ser incomodado pela defesa, e quase acertou a bola na rede.

A disposição do Corinthians era tamanha que sobrou até para Muricy. Paulo André se chocou com ele na beira do gramado e levou a pior, com um corte na cabeça. Precisou recorrer a uma toca de natação para voltar a campo. A dor de cabeça do treinador do Santos, no entanto, parecia ser bem mais grave.

Presa fácil para a defesa corintiana, Neymar passou a buscar o jogo no meio-campo. Não adiantou. Após chutar uma bola por cima do gol, o atacante extravasou com o volante Arouca a sua falta de alternativas ofensivas. Reclamou publicamente que o companheiro não invadiu a área na jogada.

Sem se importar com Neymar, o Corinthians seguiu próximo do gol. Aos 19, Romarinho recebeu ótimo lançamento de Fábio Santos e passou a bola para Emerson. Inspirado – como costuma estar em clássicos e jogos decisivos -, o Sheik bateu cruzado e rasteiro, obrigando o goleiro Rafael a defender com a ponta dos dedos.

Como o Corinthians demorou a inaugurar o marcador e a sua torcida ficou mais quieta, Emerson sacudiu os braços para pedir mais apoio do público. Nem precisava. Assim que Romarinho caiu na área em dividida com Edu Dracena, aos 36 minutos, a torcida do time da capital reagiu efusivamente para pedir pênalti, não assinalado.

Aos 41, a manifestação foi de alegria. Paulinho pegou sobra de bola dentro da área, após cobrança de falta de Romarinho e ajeitada de Danilo, e empurrou para o gol. O placar finalmente fazia justiça ao que se via no gramado. E o volante até poderia ter ampliado ainda no primeiro tempo: dois minutos depois, arriscou o chute de fora da área e mandou no travessão.

Para alívio do Santos, o clássico finalmente foi para o intervalo. Muricy reconheceu os problemas de sua equipe, que “nem marcou nem atacou”, e fez duas alterações para o segundo tempo: André e Felipe Anderson entraram nos lugares de Miralles e Marcos Assunção, deixando o time com presença de área e mais criativo.

Pelo Corinthians, a missão era manter o grande volume de jogo da primeira etapa. Parecia que seria assim quando Emerson recebeu grande assistência na direita (antes, o time ataca mais do outro lado do campo, com Fábio Santos) e chutou em cima de Rafael. Pouco depois, o Sheik voltou a desperdiçar uma boa chance, desta vez da esquerda, ao finalizar quase da mesma maneira.

Mas o Santos estava diferente. Ainda que também pecasse nas finalizações, com Felipe Anderson e Neymar, ao menos a equipe de Muricy Ramalho já se fazia presente na decisão. Na tentativa de voltar a assistir a desequilíbrio, a torcida do Corinthians pediu a entrada de Alexandre Pato – que já realizava aquecimento – em campo.

Antes de Tite dar ouvidos aos apelos vindos das arquibancadas, seu time voltou a incomodar a defesa santista. Paulinho carregou a bola desde o meio-campo, limpando a marcação com facilidade, e só não ampliou o placar porque errou a conclusão. O Santos respondeu com arrancada de Neymar e chute na trave de Cícero.

Com Pato e Edenílson nos lugares dos ovacionados Guerrero e Romarinho, o Corinthians voltou a colocar a bola na rede. Aos 29 minutos, depois de intensa disputa em levantamento na área do Santos, Paulo André ficou com a sobra e soltou o pé. Acertou o travessão e o gol, para delírio da maior parte dos torcedores no Pacaembu.

A vantagem deixou o Corinthians mais leve em campo. Emerson se sentiu à vontade para aplicar um chapéu no seu desafeto Léo. O veterano respondeu com uma falta dura e só foi punido com o cartão amarelo, para revolta da torcida corintiana. A apreensão seria ainda maior porque o Santos encontrou forças para retornar ao ataque.

Aos 37 minutos, após várias grandes defesas de Cássio, Durval aproveitou uma falta cobrada por Felipe Anderson da direita para cabecear firme. A bola bateu no travessão e quicou dentro do gol. Foi o suficiente para a torcida do Santos passar a gritar que torce pelo “time da virada”, já pensando no reencontro entre os rivais na Vila Belmiro.

 

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