O Corinthians completará um mês sem vencer pelo Campeonato Brasileiro. Com uma campanha pífia no segundo turno e acumulando quatro derrotas e um empate desde que bateu o Sport, em 8 de setembro, a equipe comandada pelo interino Fábio Carille ficou na igualdade sem gols com o Atlético-MG na noite desta quarta-feira, em Itaquera.
O resultado distanciou o Corinthians, que não chegou a fazer uma partida ruim, da zona de classificação à Copa Libertadores da América, agora englobando até o sexto colocado da competição. O time paulista totaliza 42 pontos, na oitava posição.
Em situação confortável na disputa pelo G6, o desfalcado Atlético-MG chegou aos 53 pontos e está distante dos 57 do líder Palmeiras, com um jogo a menos, na disputa pelo título. Na quinta-feira de 13 de outubro, voltará a campo no duelo regional com o América-MG, no Mineirão. Um dia antes, o Corinthians enfrentará o Santa Cruz na Arena Pantanal.
O jogo – Apesar de encontrar novamente um público pequeno ao pisar no gramado de Itaquera, o Corinthians estava animado para alegrar quem passava frio nas arquibancadas do seu estádio. A partida contra o Atlético-MG não demorou a esquentar.
Com uma postura ofensiva, o Corinthians incomodou o time visitante logo aos dois minutos, com um peixinho de Gustavo, esforçando-se bastante para desencantar. Quem também estava mais disposto do que o habitual era Giovanni Augusto, presente frequentemente no setor ofensivo, apesar de ter a incumbência de ajudar a marcação.
Pelo Atlético-MG, Robinho era quem chamava a atenção. Carrasco corintiano na sua primeira passagem pelo Santos, o atacante arriscou um chute de longe, fez jogadas de efeito e até concluiu de bicicleta em suas primeiras participações na partida. Também escorregou no gramado molhado de Itaquera, levantando o público da casa.
A primeira grande oportunidade de gol do Atlético-MG saiu justamente dos pés de Robinho. Aos 16 minutos, ele deu um belo passe para Hyuri, entre os defensores do Corinthians, e o companheiro parou em uma grande defesa do goleiro Walter na conclusão.
A resposta do Corinthians foi à altura, menos de dez minutos depois. Marquinhos Gabriel recebeu lançamento de Camacho na ponta direita, levou a bola para a linha de fundo diante da marcação do ex-corintiano Fábio Santos e cruzou. Gustavo cabeceou para dentro e já comemorava quando percebeu o árbitro Rodolpho Toski Marques (o mesmo que revoltou o Fluminense em Itaquera, pela Copa do Brasil) anular a jogada por falta em Gabriel.
A torcida da casa, então, passou a contestar o árbitro com a mesma intensidade com que perseguia Robinho – os jogadores corintianos, no entanto, seguiam o exemplo do presidente Roberto de Andrade e evitavam reclamações acintosas. Mantinham a compostura até quando Leandro Donizete, já punido com um cartão amarelo, mostrava-se violento para colaborar com a defesa atleticana.
Foi o Corinthians que sofreu uma baixa no primeiro tempo. Lesionado, Yago precisou ceder espaço para Pedro Henrique, o mesmo jovem zagueiro que falhou feio diante do Atlético-MG na derrota do primeiro turno e deixou o Mineirão chorando.
Querendo colocar outra lembrança negativa na memória dos corintianos, a equipe de Belo Horizonte era veloz no setor ofensivo, fazendo Walter sair bem do gol em uma arrancada de Clayton e lamentando um chute muito torto de Hyuri. Naquele momento, o Corinthians já tentava encurtar o caminho para o gol com finalizações de longa distância.
No segundo tempo, o time mandante voltou a ser envolvente, sempre com inversões de jogo providenciais. O domínio nos minutos iniciais foi tamanho – com direito a um drible do pouco habilidoso Gustavo e a gol perdido por Rodriguinho – que o técnico Marcelo Oliveira se viu obrigado a mexer no Atlético-MG, trocando Hyuri por Patric.
Fábio Carille também agiu. Marlone, o mais apagado dos homens de frente do Corinthians, saiu para a entrada de Rildo. No duelo entre os técnicos, Marcelo Oliveira mandou o argentino Dátolo ocupar a vaga de Clayton.
Aos 34 minutos, quando já passava a controlar o ímpeto corintiano, o time do Atlético-MG viu mais um jogador sair de campo. Leandro Donizete cometeu mais uma falta dura, desta vez em Rildo, e não escapou do cartão vermelho que a torcida corintiana exigia desde o primeiro tempo.
Para recompor o seu sistema defensivo, Marcelo Oliveira sacou Robinho, muito hostilizado, para contar com Yago. Do outro lado, o Corinthians gastou a sua última ficha em Lucca, substituto de Léo Príncipe, e lançou-se ao ataque. Bem postado, contudo, o Atlético-MG conseguiu segurar o 0 a 0 e provocar algumas vaias em Itaquera.