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Corinthians e Botafogo estreiam com empate no jogo das faixas

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Em um ambiente de cordialidade desde o início da partida, quando trocaram faixas de campeões estaduais no gramado do Pacaembu, Corinthians e Botafogo não conseguiram estrear com vitória no Campeonato Brasileiro. Mas também não perderam. O jogo movimentado terminou com empate por 1 a 1 no Pacaembu.

O Botafogo foi o primeiro a marcar um gol. No primeiro tempo, aproveitando-se de uma estratégia voltada ao contra-ataque, o time visitante contou com assistência do astro Seedorf para Rafael Marques abrir o marcador. No segundo, Paulinho cabeceou a bola em cobrança de falta de Douglas e, após desvio de Marcelo Mattos, presenteou o aniversariante Tite, que completou 52 anos neste sábado.

Cada um com ponto ganho na tabela de classificação da Série A, Corinthians e Botafogo voltarão a campo na quarta-feira. O campeão paulista visitará o Goiás no Serra Dourada, enquanto o carioca receberá o Santos (já sem o atacante Neymar, vendido para o Barcelona) no Raulino de Oliveira.

O jogo – O clima entre Corinthians e Botafogo era bastante amistoso antes de a partida começar. Dirigentes, técnicos e jogadores dos dois times trocaram cumprimentos e faixas de campeões estaduais no gramado do Pacaembu, enquanto as duas torcidas gritavam timidamente para celebrar os seus títulos mais recentes.

Quando a bola rolou, Corinthians e Botafogo apostaram em uma estratégia semelhante, que tinha surtido efeito no início da temporada. A ideia dos campeões paulista e carioca era preencher os espaços no meio-campo, para dificultar a saída de jogo do adversário, e explorar as jogadas pelas pontas.

Não demorou muito, no entanto, para o Corinthians se comportar como time mandante e o Botafogo assumir a condição de visitante. A partir de dez minutos de jogo, a equipe dirigida por Tite passou a dominar a partida, investindo principalmente em tabelas entre Emerson e Fábio Santos pelo lado esquerdo.

O problema era que o Corinthians não criava chances claras para abrir o placar. O centroavante Paolo Guerrero até colocou a bola no gol, aos oito minutos, mas estava em posição de impedimento. Na maioria das outras vezes, Emerson e Romarinho tentaram resolver antes, por si mesmos. A falta de pontaria, os passes errados e a segurança do goleiro Jefferson evitaram maiores preocupações ao Botafogo.

Apesar de ter adotado uma postura cautelosa, o time carioca não chegou a abdicar do ataque. O Botafogo estava bem armado para aproveitar cada oportunidade de responder à ofensividade corintiana. Contando com a classe de Seedorf, que não havia empolgado no seu primeiro (e torto) chute, a equipe de Oswaldo de Oliveira avançava com velocidade e envolvente troca de passes.

Aos 25 minutos, a aposta do Botafogo deu resultado. Seedorf tabelou na intermediária, ficou com a bola depois de desvio de Ralf e cruzou rasteiro, com perfeição. Livre de marcação, na marca do pênalti, Rafael Marques escorou sem dar chances de defesa para Cássio. “O Seedorf é um gênio. Ele acerta pelo menos uma dessas por jogo”, sorriu, mais tarde, o atacante.

O gol do Botafogo abalou o Corinthians. Embora ainda presente no campo de ataque, o time da casa começou a pecar ainda mais por falta de atenção. Alguns torcedores mais exaltados, na área VIP, reagiram com indignação quando Danilo falhou feio em uma cobrança de falta ensaiada e ao perceber individualismo em Romarinho e em Emerson.

No final do primeiro tempo, o Corinthians finalmente obrigou Jefferson a demonstrar que estava ligado, com alguns chutes de fora da área. Paulinho, aos 39 minutos, bateu rasteiro e cruzado, e a bola passou perto do gol. Pouco depois, o Sheik se redimiu (mas sem fazer assistência para Guerrero) e carregou pela ponta direita até soltar o pé. O goleiro do Botafogo espalmou.

A melhora do Corinthians não foi convincente para Tite. Já no intervalo, enquanto ex-jogadores que foram campeões do Brasileiro de 1990 desfilavam pelo gramado com o troféu, o técnico preparou duas alterações. Sua equipe iniciou o segundo tempo com Alexandre Pato e Douglas, que havia entrado bem na final do Campeonato Paulista, nos lugares de Danilo e Guerrero (abatidos clinicamente).

De sua parte, o Botafogo não se intimidou com as alterações do oponente e manteve a mesma tática de jogo. Logo no princípio da etapa complementar, quase ampliou com mais uma bela assistência de Seedorf – e recuou em seguida. O treinador Oswaldo de Oliveira não tinha pressa. Chegou a reclamar (com o apoio do árbitro Leandro Vuaden) da disposição dos gandulas do Pacaembu ao repor a bola em jogo.

Como a defesa do Corinthians estava bastante atrapalhada, ainda mais quando Seedorf aparecia por perto, o Botafogo notou que não havia necessidade de tentar retardar tanto o jogo. Os donos da casa só decidiram pressionar com mais intensidade a partir dos 20 minutos – coincidentemente ou não, na mesma hora em que a torcida esqueceu o frio paulistano e decidiu se fazer ouvir.

Para conter o ímpeto corintiano, Oswaldo de Oliveira mandou Vitinho a campo, na vaga de Fellype Gabriel. Não funcionou. Aos 28 minutos, quando Tite já preparava a entrada de Guilherme, Douglas cobrou falta na área, e Paulinho desviou de cabeça. A bola ainda tocou no ex-corintiano Marcelo Mattos antes de entrar, sem chances para Jefferson defender.

O gol foi o que faltava para os torcedores do Corinthians, quietos na maior parte do tempo, animarem-se de vez. Até um grupo de turistas japoneses saltou e bateu palmas metodicamente, sorrindo, enquanto o berro era de “bando de loucos”. Neste instante, Oswaldo de Oliveira deu uma amostra de queria a vitória tanto quanto a maior parte do público ao trocar Lodeiro por Andrezinho.

A partida voltou a ser aberta nos minutos finais. O Corinthians, com o zagueiro Chicão no lugar do lesionado Paulo André, e o Botafogo, que substituiu o lateral esquerdo Julio Cesar por Lima, lançaram-se ao ataque em busca do resultado positivo. Mas, sem brilho de nenhum dos lados, restou o consolo de não terem estreado com um negativo.

 

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