O Santos ganhou moral para enfrentar o Grêmio na quarta-feira, pela Copa Libertadores da América, mesmo sem uma vitória. O time misto de Wanderley Luxemburgo buscou empate por 1 a 1 com o Corinthians neste domingo, na Vila Belmiro, e satisfez sua torcida.
O Timão abriu o placar com Zelão no primeiro tempo, em falha feia do goleiro Fábio Costa. Jogando recuado na segunda etapa, o time visitante não conseguiu impedir que Marcelo empatasse para os donos da casa.
O empate deste final de semana é o melhor resultado do Corinthians em clássicos disputados em 2007, já que o time havia perdido para seus três maiores rivais no Campeonato Paulista. O jejum de vitórias sobre o Santos, no entanto, persiste. O Timão não bate o Peixe desde a histórica goleada por 7 a 1, em 6 de novembro de 2005, no Pacaembu.
Com a continuidade do tabu, o Corinthians deixou a parte de cima da tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, somando agora oito pontos. Já o Santos conquistou sua segunda vitória na competição e subiu para seis. No próximo domingo, os dois times jogarão fora de casa. O Timão enfrentará o América-RN e o Peixe, o Internacional.
Antes disso, porém, o Peixe espera não repetir suas falhas contra outro clube de Porto Alegre, o Grêmio, pelas semifinais da Copa Libertadores. O jogo decisivo será quarta-feira na Vila Belmiro.
Um dos chavões mais utilizados em véspera de clássico, por sinal, diz que quem menos errar sairá vitorioso. No início da partida deste domingo, Santos e Corinthians empataram nas falhas. As duas equipes encontravam dificuldades para criar, passar e sair com a bola do campo de defesa.
Aos 8 minutos, Fábio Costa, que entrou em campo mesmo após a “descoberta” de uma contusão em sua mão esquerda, cometeu o primeiro erro que quase resultou em gol. O goleiro se atrapalhou com a bola à frente do estreante Clodoaldo, centroavante que ele disse não merecer marcação especial antes da partida. O corintiano não aproveitou.
Mas o Timão também dava chances para o Santos. Da mesma maneira, o time da casa não conseguia ocupar os espaços fornecidos pela defesa do rival, além de se precipitar muito mais que o corintiano Everton Santos nas conclusões a gol. A diferença é que o volume de jogo dos visitantes passou a ser muito maior após 10 minutos de jogo.
Aos 20, Domingos ajudou Fábio Costa a salvar o Santos. Primeiro, o goleiro espalmou chute forte de Marcelo Mattos, em cobrança de falta, para o meio da área. No rebote, Fábio Ferreira cabeceou e o zagueiro do Peixe defendeu com a testa. O lance seguinte, no entanto, seria fatal.
E Fábio Costa foi fundamental para o gol do Timão. Na cobrança de escanteio de Willian, o goleiro soltou a bola nos pés de Zelão, que não perdoou aos 22 minutos. O zagueiro fez, de bico, seu primeiro gol pelo Corinthians. Restou ao camisa um do Santos erguer os braços e pedir desculpas para os torcedores, que retribuíram com aplausos.
Nas arquibancadas atrás do gol santista, porém, a torcida do Timão competia em barulho com a do Santos com a mesma intensidade que o time visitante sufocava o mandante. Everton Santos, Rosinei e Willian confundiam a defesa adversária com bastante movimentação. E a sorte enfim apareceu para Fábio Costa. Aos 32, Cléber Santana desviou para trás, o goleiro defendeu e, na sobra, Clodoaldo cabeceou na trave.
Pouco tempo depois, azar para Maldonado. O volante, principal homem de contenção da equipe da casa, sentiu dores na coxa. Ao invés de trocar o chileno por outro jogador de marcação, no entanto, o técnico Wanderley Luxemburgo apostou no jovem atacante Renatinho. E o Peixe melhorou.
Nos minutos finais da etapa inicial, Adriano acertou um chute forte no travessão do Corinthians. No último lance, Renatinho colocou a bola entre as pernas de Zelão e passou para Rodrigo Tabata, que, livre de marcação, finalizou com força. O goleiro Felipe provou que não estava frio ao fazer grande defesa. O intervalo veio em seguida, para o bem do Timão.
Luxemburgo não se contentou com a evolução do Santos. Com pouco mais de 45 minutos para reverter o placar adverso, o técnico resolveu colocar em campo mais dois jogadores que estavam sendo preservados. Cléber Santana e Pedrinho foram substituídos por Marcos Aurélio e Rodrigo Souto, que faria a função de Maldonado.
O Santos passou a dominar as ações na Vila Belmiro. Mesmo sem a mesma eficiência que o trio corintiano, Marcos Aurélio, Renatinho e Rodrigo Tabata faziam o que Everton Santos, Willian e Rosinei conseguiram no primeiro tempo. O Timão recuou diante da agilidade dos atacantes do Santos, utilizando os contra-ataques e os chutes de longa distância como arma ofensiva.
Apesar da insistência na velocidade, o Peixe era muito mais perigoso nas jogadas de bola parada. Tabata levantava os torcedores a cada vez que se preparava para uma cobrança de falta ou escanteio. O jogo era aberto. Do outro lado, Zelão tentou marcar outro em lance de tiro de canto, antes de Rosinei assustar em chute de fora da área, que parou na trave.
As duas tentativas foram as últimas do Corinthians, que abdicou do ataque. Carpegiani sacou o atacante Clodoaldo para a entrada do volante Bruno Octávio, e sua equipe passou a segurar o resultado positivo. Até não conseguir mais.
O gol do Santos surgiu de bola parada, contudo não dos pés de Tabata. Aos 32 minutos, foi Marcos Aurélio quem cobrou falta da intermediária, Marcelo raspou a bola com a cabeça e empatou o clássico. O goleiro Felipe sofreu seu primeiro gol com a camisa do Corinthians.
A atmosfera da partida mudou após o gol do Peixe. A torcida da casa festejava, novamente ao som de “o Santos é o time da virada”. Carpegiani entrou em ação pela segunda vez, trocando Edson por Pedro. O desafeto de Luxemburgo, no entanto, não conseguiu ajudar o Corinthians a mudar o resultado do clássico.