O acidente da companhia aérea boliviana Lamia no qual 71 pessoas morreram – incluindo jornalistas e a delegação da Chapecoense – poderia ter sido pior por causa da proximidade de outros voos que estavam prestes a aterrissar no aeroporto de Rionegro, em Medellín, na Colômbia. "Foram 71 vítimas, mas poderia ter sido pior, porque estava muito em cima (em cima da hora) e muito perto de outras aeronaves", disse Janeth Molina, controladora de tráfego que atendeu a aeronave, à Rádio Caracol, da Colômbia, nesta segunda-feira.
A profissional afirmou que o piloto, Miguel Quiroga, iniciou o pouso antes mesmo de ter a autorização da torre, por isso o voo com o elenco da Chapecoense ficou muito próximo de outros três aviões. "A aeronave notifica a descida e pronto. Eu vejo no radar como ele começa a fazer a descida sem autorização e é quando observo que foi muito perto de outras aeronaves e aí eu tomo as medidas. Eu chamo o piloto e ele me notifica a emergência. Praticamente (o piloto da Lamia) ignorou as instruções que estava dando".
A controladora disse que não notou qualquer tipo de tensão ou desespero na voz do piloto. "Ele não nos notificou de nada. Eu dei as instruções correspondentes e informei que havia 'demora'".
Um relatório apresentado pelo Governo da Bolívia em 20 de dezembro, disse que o acidente é culpa da Lamia e do piloto da aeronave que caiu, Miguel Quiroga, também falecido. O presidente da Aeronáutica Civil da Colômbia, Alfredo Bocanegra, divulgou o relatório preliminar do ocorrido.