Cerca de 70 professores de Educação Física da rede pública de Cuiabá e Várzea Grande iniciam um novo processo de aprendizado na carreira. Eles são os primeiros participantes do curso oferecido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, visando melhorar o atendimento dos alunos com deficiências. Uma iniciativa inédita no estado que começa, na quarta-feira (28), às 8h, no auditório do Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
O curso será aplicado até o dia 30, em período integral, por seis professores da Academia Paralímpica Brasileira, sendo mestres e doutores da área de Educação Física. O conteúdo está direcionado a três modalidades: atletismo, bocha e natação. Entre os inscritos estão representantes de 11 Cefapros (Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica do Estado de Mato Grosso).
Alessandra Dallagnol é uma das integrantes e está empolgada com as novas técnicas que vão lhe agregar conhecimentos para melhorar o atendimento com as pessoas com quem desenvolve o trabalho. “Contribuirá para que eu também possa visualizar melhor as potencialidades de cada indivíduo”, destacou.
Ela atua no Centro de Apoio e Suporte à Inclusão da Educação Especial (Casies), em Cuiabá, desde 2010, atendendo deficientes visuais de baixa ou nenhuma capacidade de visão (cegos). “Nós profissionais também enfrentamos limitação inclusive de estrutura e essa carência colabora para que sejamos mais criativos no desempenho de nossas ações. Eles (cegos) não tem conhecimento, cabe a nós professores instigarmos para que pratiquem atividades esportivas”.
A falta de conhecimento os leva a não realizarem as tarefas. Segundo a professora, quando estimulados são participativos, além de melhorar a autoestima e diversas áreas, como de coordenação motora e cognitiva. “A prática esportiva faz com que eles não vivam enclausurados, porque tomam gosto por alguma coisa”, frisou Alessandra.
O coordenador de Educação Especial da Seduc, Marcino Benedito de Oliveira, defende a mesma ideia. Ele entende que o curso oferecerá capacitação para o profissional enxergar além da deficiência, “que não deve se limitar a aparência física, mas que o leve a perceber o potencial desse aluno especial”.
Vale ressaltar que nem todas as crianças podem praticar educação física, em alguns casos com restrições médicas. Mas independente disso, “elas tem suas habilidades peculiares e precisam ser identificadas. É assim que se descobre grandes talentos”.