Em um jogo que prometia ser truncado e disputado, Figueirense e Paraná se enfrentaram no Orlando Scarpelli buscando um mesmo resultado: a fuga da zona do rebaixamento. Porém, Vandinho tratou de facilitar as coisas para os catarinenses ao cometer pênalti e ser expulso aos 17 minutos de partida.
Quem agradeceu foi Chicão, que fez dois gols e deixou o Figueira com 41 pontos, a quatro da zona de rebaixamento e na décima colocação. Já o Tricolor manteve-se com 34 e, com as vitórias de Corinthians e Atlético-MG, ficou mais longe de recuperar-se do descenso.
O jogo: Em um começo de jogo monótono, o Figueirense se mantinha mais no ataque que o Paraná, que praticamente só se defendia. Ainda assim, o Figueira não conseguia transformar seu domínio em gols, o que preocupava os torcedores presentes no Orlando Scarpelli.
O primeiro lance que obrigou o goleiro Flávio a trabalhar foi aos dez minutos, após um cruzamento de Asprilla da intermediária buscando Otacílio Neto. O arqueiro paranista, no entanto, saiu com segurança e ficou com a bola.
Mas o lance que definiria a partida aconteceria sete minutos depois. Após confusão na área, o atacante do Figueirense chutou a gol, a bola passou pelo goleiro Flávio e Vandinho fez uma “defesa milagrosa”, colocando a mão na bola. Pênalti para os catarinenses e a expulsão do camisa dois paranista.
Na cobrança da penalidade, o zagueiro Chicão fez como manda o figurino: Flávio para seu canto direito e bola para o lado oposto, aos 18.
Aos 19, no entanto, foi a vez de o Paraná pedir pênalti. Após cruzamento vindo da direita, o volante Nem tentou chutar, mas foi empurrado por Ruy. Nada foi marcado por Sálvio Spínola Fagundes Filho.
Quem não reclamou foi o Figueira, que buscava o gol com mais freqüência após abrir o placar. Aos 26, Fernandes recebeu dentro da área e tentou de bicicleta, mas a bola foi longe do gol.
Com mais simplicidade, porém, o Figueira foi mais efetivo um minuto depois. Após cruzamento rasteiro de Otacílio Neto, a bola passou por Thiago Gentil mas não pelo zagueiro-artilheiro Chicão, que completou para as redes com o pé direito e ampliou a vantagem.
Após isso, o técnico Lori Sandri promoveu duas alterações: colocou Vinícius Pacheco no lugar de Jefferson e Léo Matos no lugar de Nem para tentar arrumar o time paranista. Porém, o Tricolor não conseguia chegar à área adversária e ainda sofria ameaças, como a de Ruy, que ficou frente a frente com o goleiro Flávio, mas chutou para fora.
No segundo tempo, o Paraná ainda voltou com mais ofensividade, mas não conseguia levar grande perigo ao goleiro Wilson, que era até então um mero espectador do jogo. Com uma defesa bem postada, o Figueira não sofria ameaças, e chegava com mais facilidade à área dos visitantes.
Aos 13 minutos, Ruy arriscou de longe, mas Flávio estava bem colocado e fez uma bela “ponte” para encaixar a bola. Antes disso, porém, um momento de preocupação tomou conta dos torcedores presentes no Orlando Scarpelli.
Aos nove, Otacílio Neto caiu desmaiado em campo. O jogador foi levado desacordado até a ambulância do estádio, onde recobrou a consciência. Depois de um período em observação no veículo, o camisa nove foi liberado pelos médicos.
Se fora de campo tudo estava bem com Otacílio Neto, dentro dele sua equipe também festejava. Aos 26, Frontini, que substituíra o próprio Otacílio, recebeu cruzamento de Ruy e de peixinho completou para as redes. A bola ainda desviou no zagueiro do Paraná antes de entrar.
Ainda deu tempo para outro gol. Aos 40 minutos, Vinícius perdeu a bola para César Prates. Ele tocou para André Santos, que driblou o próprio Vinícius e tocou no canto do goleiro Flávio.
Com a tranqüilidade no placar e no jogo, o Figueira só administrou a vantagem de 3 a 0 e de um homem a mais em campo até o apito final do árbitro paulista Sálvio Spínola Fagundes Filho.
Na próxima rodada, o Figueirense vai a Recife enfrentar o Sport na sexta-feira, enquanto o Paraná – que tem o técnico Lori Sandri ameaçado de demissão – enfrenta o Flamengo no sábado, às 16 horas, no Durival de Brito.