O Corinthians arrancou um empate heróico por 0 a 0 contra o Figueirense na tarde deste domingo, no Orlando Scarpelli. Mesmo jogando com dois a menos durante a maior parte do confronto, o Timão conseguiu agüentar a pressão da equipe catarinense em um dia inspirado do goleiro Marcelo, que fez diversas defesas importantes.
O sofrimento do time de Émerson Leão começou aos 12 minutos do primeiro tempo, quando Marinho foi expulso. No final da etapa, foi a vez de Marcus Vinicius ir para o chuveiro mais cedo. O Figueira, então, partiu para cima dos visitantes, mas encontrou dificuldades para furar o bloqueio da zaga e do goleiro Marcelo. Os desfalques de Cícero e Schwenck, suspensos, foram sentidos pela linha de frente catarinense.
Apesar das circunstâncias da partida, o resultado em Florianópolis foi prejudicial para as pretensões do Corinthians no Campeonato Brasileiro, já que o sonho de chegar à Copa Libertadores ficou distante. De quebra, o empate também interrompeu a seqüência de cinco vitórias consecutivas do time de Parque São Jorge.
Agora, o Timão chegou aos 48 pontos na tabela do Brasileirão, seguindo na briga pela Sul-americana, mas longe da Libertadores. O Figueira, que também sonha em chegar ao principal torneio continental, soma 50 pontos.
O time de Émerson Leão volta a campo no sábado para encarar o Fluminense, no Pacaembu. No mesmo dia, o time catarinense vai ao Rio de Janeiro enfrentar o Flamengo, no Maracanã.
O jogo:
O Figueirense começou a partida tentando sufocar o Corinthians. Em apenas 49 segundos de jogo, o zagueiro Marinho parou Soares com falta e levou o cartão amarelo. No lance seguinte, Tucho levantou bola e Marcelo espalmou para o meio da área, mas conseguiu se recuperar e saiu nos pés de Thiago Prado. Aos quatro, Soares cobrou escanteio e encontrou Chicão, que subiu mais que a zaga para cabecear. Marcelo fez excelente defesa.
O Figueira seguiu insistindo na frente. Fernandes recebeu na área, dominou no peito e girou, mas finalizou fraco, facilitando a defesa de Marcelo. Aos 12 minutos, Marinho bobeou na intermediária, deu a bola de presente para Soares e segurou o adversário. O árbitro Wagner Tardelli Azevedo aplicou o segundo amarelo e expulsou o zagueiro do Timão.
Com a vantagem numérica, o time catarinense tentou tirar proveito no placar. Aproveitando cobrança de escanteio, Marquinhos Paraná subiu sozinho, mas cabeceou para fora. Curiosamente, mesmo com um a menos, o Timão se soltou em campo e chegou a dominar os donos da casa. Rosinei fez ótima jogada pela direita e encontrou Renato, travado no momento do chute.
Único atacante de ofício no Alvinegro paulista, Wilson fez fila na defesa, invadiu a área e foi desarmado por Luciano Sorriso quando estava na cara de Andrey. Instantes depois, em nova jogada individual pela direita, Rosinei passou para Renato, que mandou por cima desperdiçando ótima chance. Aos 28, César recebeu cruzamento na área e bateu forte, por cima do travessão.
Depois de sentir a pressão do Corinthians, o Figueirense voltou a ter a iniciativa no jogo. Soares limpou a zaga e enfiou para Tucho, que, mesmo livre, mandou nas mãos de Marcelo. Aos 38, o Timão sofreu uma nova baixa em sua equipe. Marcus Vinicius fez falta em Soares. O zagueiro, que já tinha amarelo, foi expulso, deixando os visitantes com dois a menos. Os corintianos reclamaram bastante da decisão do árbitro.
Forçado a mexer na equipe, Leão sacou o lateral-direito Fagner para a entrada de Marquinhos, responsável em compor a defesa com Betão. Ainda no primeiro tempo, Soares recebeu na área e bateu no canto, mas viu Marcelo fazer nova defesa importante. No intervalo da partida, o técnico Waldemar Lemos (que não pôde ficar no banco por estar suspenso) sacou o lateral Paulão para a entrada do meio-campista Diogo.
Em apenas 30 segundos de bola rolando na segunda etapa, Fernandes arriscou um chute rasteiro, para ótima defesa de Marcelo. Na resposta do Timão, Wilson fez passe preciso para Renato, que invadiu a área e acabou desarmado. Já o Figueira ameaçou com Diego, que bateu cruzado e carimbou a trave.
Aos 12, depois de cobrança de escanteio, Thiago Prado subiu mais que a zaga e cabeceou muito perto do travessão. A tática das duas equipes ficou clara no segundo tempo. Com dois a mais, o Figueira tentou chegar à área corintiana com toque de bola. O Timão, por sua vez, não teve outra escolha a não ser o contra-ataque, comandado principalmente por Wilson.
Aos 17, o time local teve nova oportunidade de mexer no placar. Tucho recebeu na entrada da área e, mais uma vez, perdeu a chance, finalizando para fora. Dois minutos depois, Tucho bateu de dentro da área, mas Marcelo segurou com segurança.
Diante do panorama da partida, os dois treinadores alteraram suas equipes. De um lado, Waldemar Lemos abriu o Figueira sacando Luciano Sorriso para a entrada de Rodrigo Paulista. Do outro, Leão fechou o meio-campo com Paulo Almeida, na vaga de Renato. E a tônica do jogo continuou a mesma. Tucho arriscou da intermediária, para nova defesa de Marcelo.
O goleiro corintiano se transformou no nome da resistência corintiana. Em jogada pelo alto, Soares cabeceou firme, mas o arqueiro paulista fez nova defesa. Na última cartada de Waldemar Lemos, Fernandes deixou o campo para a entrada de Fernandes. Leão respondeu com Rafael na vaga de Rosinei.
Aos 30, os jogadores da equipe catarinense pediram pênalti em Rodrigo Paulista, mas o árbitro mandou seguir. Na jogada seguinte, Tucho encobriu o goleiro, mas Rafael apareceu quase em cima da linha para salvar o Timão. Nos minutos finais, Andrey salvou o Figueira em chute de Wilson.