Sob articulação do grupo gestor liderado por Éder Moraes, o ex-jogador Cláudio Adão será apresentado hoje como novo técnico do Mixto para o andamento do Campeonato Mato-grossense. Ele chega para substituir Eduardo Henrique, que deixa o Alvinegro da Vargas na terceira colocação do Estadual com 13 pontos somados na tabela de classificação. Adão já comanda o time no jogo diante do Vila Aurora neste sábado à noite, às 18h, no Dutrinha, pela abertura do returno.
Responsável por comandar o time mixtense na inédita conquista da Copa Mato Grosso do ano passado, torneio que garantiu ao clube vaga para disputar a Copa do Brasil deste ano, Henrique recusou ser remanejado para outro cargo na estrutura do departamento de futebol profissional. Ele não esconde a mágoa de como ficou sabendo da vinda de Cláudio Adão para o Mixto.
"Estava trabalhando e fiquei sabendo da vinda do Cláudio Adão por meio da imprensa. Sempre fui honesto, comprometido com a instituição Mixto e não esperava ser tratado desta forma. Não sou apegado ao cargo, mas acho que merecia um pouco mais de respeito, pois já tenho história dentro do clube. Fui campeão e se somar estou há mais de um ano trabalhando e dedicando boa parte do meu tempo ao clube", lamentou Eduardo Henrique, que foi responsável pela montagem do atual elenco de jogadores.
Ao ocupar vários cargos no clube desde 2011 como auxiliar-técnico de Marcos Birigui, técnico, gerente de futebol e novamente treinador, Eduardo afirma conhecer um pouco da história do Mixto. E se indigna ao presenciar as mudanças feitas do dia para noite.
"O Mixto é uma instituição de respeito com 78 anos de história, tem uma torcida maravilhosa e está sendo vendido para um grupo que está chegando agora. O clube não está no fundo do poço para ser vendável por um projeto obscuro", frisou, levando a recordar a gestão da Afam presidida por Éder Moraes, a qual o Mixto estava na Série C em 2009, caiu para a D em 2010 e hoje em 2013 não ocupa espaço em nenhuma das principais quatro divisões do Campeonato Brasileiro.
Por sua vez, o presidente mixtense Hélio Machado reconhece que a forma que foi conduzida a contratação de Cláudio Adão não foi a ideal, em especial pelo fato de Eduardo Henrique ficar sabendo da troca via imprensa esportiva. "Tenho que reconhecer que coisa não aconteceu de forma profissional. Faltou maior diálogo para conversarmos com o Eduardo sobre a transformação que o clube vai passar daqui em diante. Só tenho a lamentar por quê o Eduardo é um grande profissional e mostrou ser comprometido com o clube", afirmou Machado.
O dirigente fez questão de prever que a saída repentina do ex-técnico pode ser sentida pelo elenco de jogadores. "Com certeza o grupo vai sofrer um baque. Iremos conversar com todos os atletas, apresentar o Cláudio Adão e projeto que o grupo gestor tem para o clube. Espero que eles (jogadores) assimilem bem esta mudança", complementou.
Irredutível em permanecer no clube e convicto em tocar a carreira de treinador em Mato Grosso, Eduardo Henrique espera receber o quanto antes o que tem de direito. Entre os débitos está quatro meses de salários em atraso e mais uma quantia em dinheiro emprestado ano passado para ajudar a diretoria a bancar despesas com credores. O total giram em torno de R$ 40 mil.